O presidente venezuelano, Nicolas Maduro, acusou os Estados Unidos e o líder da oposição Juan Guaido de estarem diretamente envolvidos em um plano para matá-lo. “O imperialismo norte-americano quer me matar. Acabamos de expor o plano que o fantoche do diabo [Guaidó] dirigiu pessoalmente para me matar” , disse Maduro , falando aos partidários em uma manifestação neste domingo, 24.
“Temos provas; eles não poderiam e não podem [ter sucesso] porque somos protegidos por Deus”, acrescentou Maduro. O líder da Venezuela ressaltou que o Ministério Público fez sérios progressos no caso, com “novos terroristas” previstos para serem presos “nos próximos dias”.
Na semana passada, a segurança venezuelana prendeu o chefe de gabinete de Guaidó, Robert Marrero, acusando-o de organizar uma célula terrorista e conspirar para assassinar altos funcionários venezuelanos e realizar atos de terrorismo e sabotagem usando dinheiro de contas bancárias venezuelanas congeladas no exterior.
Falando na televisão venezuelana no sábado, o ministro da Comunicação Jorge Rodriguez alegou que a oposição havia recrutado os assassinos e paramilitares para enviá-los à Colômbia para treinamento. “Marrero estava envolvido na contratação de pessoas da Guatemala e da Colômbia para cumprir o plano de recrutamento e treinamento para assassinos”, disse ele.
Rodriguez forneceu informações detalhadas sobre a trama, que, segundo ele, incluiu a criação de mais de meia dúzia de equipes de oito mercenários para perseguir os líderes políticos e militares da Venezuela, além de realizar conspirações terroristas contra o Estado. As evidências incluíam gravações do que se dizia serem conversas do WhatsApp entre Marrero e Guaido sobre o uso de fundos venezuelanos congelados por sanções dos EUA para financiar grupos armados com o apoio da Colômbia.
As autoridades venezuelanas já identificaram alguns dos mais de 30 paramilitares que se infiltraram na Venezuela a partir de El Salvador, Honduras e Guatemala depois de serem treinados na Colômbia, segundo Rodriguez.
Já Maduro, em seu discurso, também indicou que um chefe paramilitar colombiano não identificado também havia sido capturado e agora estava “dando testemunho”.
A longa crise política da Venezuela se intensificou no final de janeiro, quando Juan Guaidó, chefe da semi-extinta Assembléia Nacional, declarou-se presidente interino na pendência de novas eleições, poucos dias depois da posse de Maduro para um segundo mandato.
A trama recebeu apoio imediato dos EUA e de seus aliados latino-americanos, além da Europa. Rússia, China, Cuba, Bolívia, Turquia, Síria, Coréia do Norte e vários outros países condenaram a tentativa de golpe e conclamaram os poderes externos a não interferirem nos assuntos internos da Venezuela.