Felipe Meirelles, Edição
Ali, na vizinha Venezuela, como aqui, no conturbado Brasil, o clima de tensão política tem provocado manifestações que tendem a provocar violência nas ruas. Em Caracas, o presidente venezuelano Nicolás Maduro, pediu no domingo, 1, que os trabalhadores se declarem em rebelião e iniciem uma greve geral por tempo indeterminado se a oposição chegar ao palácio presidencial de Miraflores.
“Se a oligarquia, algum dia, disser algo contra mim e conseguir tomar este palácio, por uma via ou por outra, ordeno-vos – homens da classe operária – a se declararem em rebelião, a fazer uma greve geral indefinida, até conseguir a vitória”, disse.
Nicolás Maduro discursou próximo ao Palácio de Miraflores, no fim de uma marcha de venezuelanos simpáticos à revolução bolivariana que assinalou o Dia do Trabalhador.
“Juro, pelo futuro da pátria venezuelana, que não darei descanso aos meus braços, nem repouso à minha alma, até que faça a revolução bolivariana vencer os novos desafios. Juro pela máxima união da classe operária. Juro conseguir a máxima união cívico-militar. Juro que, se o imperialismo arremeter contra o povo, irei à rebelião popular. Juro pela pátria, por Chávez”, declarou, referindo-se ao falecido líder socialista Hugo Chávez, presidente da Venezuela entre 1999 e 2013.
O presidente venezuelano também acusou a imprensa de fazer campanhas “sujas” contra a revolução e os Estados Unidos de perseguir seu governo.
Maduro advertiu ainda os empresários que, se paralisarem o funcionamento da indústria, “serão castigados”, afirmando que a classe operária “tomará” as empresas que o fizerem.
Assinaturas
Sobre a coleta de assinaturas iniciada pela oposição para revogar seu mandato, o governante explicou que “o referendo é uma opção, não uma obrigação”. Maduro insistiu que verificará, uma a uma, todas as assinaturas dos eleitores que solicitaram essa iniciativa.
A oposição confirmou hoje ter recolhido mais de 2,5 milhões de assinaturas para solicitar a realização de um referendo revogatório do mandado do presidente.
Segundo o Conselho Nacional Eleitoral, para iniciar a convocatória a oposição deveria recolher as assinaturas de 1% dos inscritos no registo eleitoral de todo o país, distribuídos por entidade federal, para um total de 197.798 eleitores.