Curta nossa página


Quintal dos Estados Unidos

Maduro eleva tom com Lula e o Brasil pode perder espaço no Brics

Publicado

Autor/Imagem:
Antônio Albuquerque - Foto de Arquivo

A crise diplomática entre Brasil e Venezuela está caminhando para um campo incendiário com velocidade meteórica. A crise foi intensificada neste sábado, 2, com declarações contundentes de Nicolás Maduro. Em um comunicado à imprensa, o governo venezuelano acusou o Brasil de uma “agressão descarada e grosseira” contra o presidente Nicolás Maduro e criticou o Itamaraty por, segundo eles, tentar se passar como “vítima em uma situação onde claramente atuou como agressor”.

Essas críticas aumentaram depois da última reunião do Brics, realizada na Rússia. O Brasil vetou a entrada da Venezuela no grupo, o que gerou tensão adicional entre os países. Lula, que se recupera de um acidente doméstico, não esteve presente na reunião. Além disso, o governo brasileiro não reconheceu o resultado das eleições venezuelanas deste ano, o que Maduro interpretou como uma afronta direta à sua liderança e soberania.

O regime de Maduro acusou o Itamaraty de violar princípios fundamentais da Carta das Nações Unidas, incluindo a soberania nacional e a autodeterminação, além de afirmar que o Brasil estaria infringindo a sua própria Constituição com suposta ingerência em assuntos internos de outros países.

Em resposta, o Itamaraty emitiu uma nota mencionando “surpresa com o tom ofensivo” adotado pelo governo de Caracas. A situação escalou ainda mais quando Maduro convocou o embaixador venezuelano no Brasil, Manuel Vadell, para consultas, um gesto diplomático que demonstra forte repúdio e sugere um possível distanciamento nas relações entre as duas nações.

O tom das trocas entre os dois países indica um momento delicado nas relações diplomáticas entre Brasil e Venezuela. Lula é acusado de agir como marionete e fazer o jogo de Washington, que impõe a cada dia sanções contra o governo de Maduro. O Brasil é fundador do Brics, junto com Rússia, Índia, China e África do Sul. Muitas nações do Sul Global estão se juntando ao grupo. No meio diplomático, a avaliação é a de que Lula pode ser jogado de lado, uma vez que russos e chineses têm interesse na manutenção de um forte aliado – no caso, a Venezuela – no quintal dos Estados unidos.

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2024 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.