O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, determinou nesta terça-feira (19) às Forças Armadas que respondam com “chumbo” aos responsáveis pelo ataque ocorrido na véspera em um quartel da Guarda Nacional Bolivariana. Um grupo de homens armados, liderado pelo ex-policial Óscar Pérez, levou armamentos.
“Ataque terrorista de uma unidade mandada de Miami a um núcleo da Guarda Nacional, o roubo de um grupo de fuzis e o anúncio de que vão ao ataque. Onde quer que apareçam, ordenei às Forças Armadas chumbo nos grupos terroristas. Chumbo neles, compadre!, afirmou Maduro em reunião com prefeitos e governadores.
Pérez – que está na clandestinidade desde que lançou em julho várias granadas, do alto de um helicóptero da polícia científica, em direção a dois edifícios governamentais em Caracas – reivindicou a autoria do ataque em um vídeo. As imagens mostram seus comandados e guardas nacionais, enquanto ele recrimina os militares pelo apoio ao governo.
“Por que continuam defendendo narcotraficantes, terroristas? Sejam dignos do uniforme que vestem. São irresponsáveis, uns traidores da pátria por não fazer algo”, repreendeu Pérez.
“O que essas pessoas acham? Que podem atacar um núcleo das Forças Armadas, roubar fuzis, ameaçar a democracia e que isso será tolerado?”, questionou.
“Zero tolerância, com a Constituição na mão”, reiterou, classificando o episódio como “ataques sob ordens do governo dos Estados Unidos”.
Mais dois “ataques” ordenados por Washington são, segundo Maduro, a tentativa de uma organização não governamental (ONG) de embarcar 120 crianças venezuelanas em um avião com destino ao Peru, na última sexta-feira (15), para elas se reencontrarem com seus pais que emigraram para o país, e o blecaute ocorrido ontem em Caracas e em dois estados vizinhos.
“Por sorte, a Procuradoria agiu rápido. Estão presos os responsáveis, estamos buscando os responsáveis internacionais e vamos solicitar código vermelho (da Interpol para busca e prisão)”, declarou Maduro.
As autoridades venezuelanas impediram as crianças de embarcar, ao identificar irregularidades em documentos de viagem de algumas delas. Os dirigentes da ONG que as acompanhavam foram detidos.
A atuação do governo venezuelano foi duramente criticada pela oposição. Grupos da sociedade civil, que consideram a ação um ataque aos direitos humanos, fizeram denúncia a instituições internacionais.