O celular do francês de origem argelina Mohamadou Lamine Fofana, apreendido pela Polícia Civil quando ele foi preso na terça-feira, tinha 900 registros de ligações feitas para aparelhos oficiais de uso da Fifa no Brasil nos últimos dois meses. Segundo o ‘Fantástico’, o telefone de Lamine possui vários contatos com o nome “Fifa”. Na quinta-feira, a polícia pediu à entidade organizadora da Copa uma lista com todos os números e nomes de usuários.
Apontado como o chefão da máfia dos ingressos, capaz de movimentar R$ 200 milhões por Mundial, Lamine Fofana tinha 25 ingressos VIP para a decisão. As entradas tinham custo de R$ 51 mil cada e poderiam render até R$ 1,3 milhão para a quadrilha só na decisão.
Em escuta o franco-argelino foi flagrado em uma conversa com o empresário Roberto de Assis Moreira, irmão e empresário do jogador Ronaldinho Gaúcho, interessado em ingressos para dois amigos. “Ele (amigo de Assis) me perguntou e eu disse: ‘Escuta, eu tenho um amigo que tem seu preço, sua maneira”, disse Assis.
Em escuta revelada pelo ‘Fantástico’, Lamine deixa clara sua importância no esquema: “Quem tem 50 (ingressos) da final na mão? Ninguém. Eu tenho”.
Antônio Henrique de Paula Jorge, comparsa de Lamine preso, fala, em outra escuta, com um cambista que diz ter acesso a três seleções da Copa. Segundo a polícia, um dos fornecedores estaria na concentração da seleção brasileira.
Um caderno com a contabilidade da quadrilha também foi apreendido e um dos integrantes da quadrilha tentou subornar os policiais.