O domingo, 9, amanheceu com uma alfinetada do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), em Jair Bolsonaro. Ele considerou ‘importante’ o presidente ter manifestado na véspera, via Twitter, pela primeira vez desde que assumiu o Planalto, o risco de o Congresso não votar a tempo a liberação do crédito suplementar de R$ 428,9 bilhões.
No sábado, em tom de advertência, Bolsonaro disse que se o PLN4 não for aprovado o governo terá de interromper os pagamentos de benefícios já no dia 25. Os recursos desse crédito são previstos para bancar BPC, Bolsa Família, pagamentos previdenciários, Pronaf, Proagro e Plano Safra, entre outros programas.
Irônico, Maia escreveu ter sido “muito bom o presidente Jair Bolsonaro, enfim, ter mostrado preocupação com este tema. Matéria enviada pelo governo no dia 11 de março de 2019, já faz parte da preocupação do Congresso desde o início do ano. Aliás, no ano passado, o deputado Pedro Paulo apresentou uma PEC tratando da regra de ouro, pois este problema já estava projetado desde o final de 2018”.
Segundo Maia, “até agora, alguns programas do governo estão parados, mas não pelo atraso na aprovação de algum projeto de lei”, numa referência direta ao que considera falta de articulação política do Planalto.
Para não ‘deixar barato’, o presidente da Câmara sugere indiretamente que Bolsonaro faça uma regressão no tempo: “O Congresso, inclusive, foi o responsável pela aprovação de projetos fundamentais e também por rejeitar projetos que faziam mal ao Brasil. Aprovamos o Plano Real, o fundo de combate à pobreza; que garantiu as condições para a criação do Bolsa Família, e acabamos com a CPMF”, recordou, tentando aguçar a memória do presidente da República.