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MP da discórdia

Maia e Centrão tramam contra Planalto, diz bolsonarista

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Autor/Imagem:
Eduardo Monteiro

O presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM) e o Centrão – um aglomerado de partidos considerados fisiológicos – estão tramando contra o presidente Jair Bolsonaro. A denúncia é da deputada Alê Silva, do PSL mineiro. “Há uma trama para derrubar a Medida Provisória que reestruturou a Presidência da República e o formato da Esplanada dos Ministérios”, acusa a bolsonarista.

Essa suposta armação, que a deputada diz vir travestida de chantagem, estaria sendo capitaneada por Maia e outras lideranças políticas. “Se a MP não for aprovada, voltaremos à estaca zero. E teremos de volta toda a estrutura deixada por Michel Temer (ex-presidente da República)” afirmou Alê.

Com 541 emendas ao texto original, a MP 870 foi aprovada na semana passada pela comissão mista encarregada de analisar a proposta. O relatório do senador Fernando Bezerra (MDB-PE) colocou o Coaf no Ministério da Economia, a Funai no Ministério da Justiça, desmembrou o atual Ministério do Desenvolvimento Regional, fazendo voltar as pastas da Cidades e da Integração Nacional, velhas conhecidas dos chamados partidos membros do Centrão.

O texto que seguiu para votação nos plenários da Câmara e do Senado ainda pode ser modificado, mas em vídeo postado nas redes sociais Alê Silva alerta para as verdadeiras pretensões de Rodrigo Maia e do Centrão. A orientação, segundo ela, é no sentido de descaracterizar o projeto de reforma administrativa e devolver a Bolsonaro como uma espécie de “bomba relógio”. Um dos riscos e deixar o presidente à mercê da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Na avaliação da deputada, Maia e o Centrão estariam supostamente tramando uma outra “desidratação”, como se referiu o deputado Paulinho da Força (SD), no último dia 1º de maio, quando declarou: “Se fizermos uma reforma que dê R$ 1 trilhão em dez anos, significa que daríamos em três anos ao Bolsonaro R$ 330 bilhões. Ou seja, isso garante a reeleição dele”. Na ocasião, o deputado nem se deu conta de que esse trilhão poderia ser revertido em benefício da população, mesmo que custasse a reeleição de Bolsonaro.

O Centrão é um bloco suprapartidário. Em governos anteriores sempre esteve próximo ao Palácio do Planalto de modo a garantir algumas vantagens. O grupo surgiu na Constituinte de1988. Depois seus membros se ‘infiltraram’ em diversos partidos. Em 2016 voltaram como um grupo informal e fisiológico de 13 partidos (PP, PR, PSD, PRB, PSC, PTB, SD, PHS, Pros, PSL, PTN, PEN e PT do B) sob a batuta do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ), hoje preso.

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