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Maio, o mês que a CPI iniciou a devassa no governo

O mês de maio começou com uma notícia que foi um alento para o combate à pandemia de covid-19. Um estudo liderado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) mostrou que a porcentagem de mortes de idosos com 80 anos ou mais caiu pela metade no Brasil após o início da vacinação contra a covid-19. O percentual médio de vítimas nessa faixa etária era de 28% em janeiro, quando teve início a vacinação, e caiu para 13% em abril deste ano.

Maio foi também o mês em que as primeiras doses da Comirnaty, a vacina da Pfizer, chegaram aos estados brasileiros. Um milhão de doses foram distribuídas àqueles que tinham condições de armazenar o imunizante, que precisava ser mantido em temperaturas mais baixas. Também chegou ao Brasil a primeira remessa dos imunizantes do consórcio Covax Facility.

Os governadores ainda tentaram trazer a vacina russa – Sputnik V – para o Brasil. Ainda aguardando o aval da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), os estados já haviam encomendado 66 milhões de doses da vacina. E pediram à agência nova análise do imunizante.

A vacinação sofreu mudanças depois que uma gestante morreu de trombose após ter tomado a vacina do laboratório Oxford/AstraZeneca. Mesmo com o caso em investigação, a Anvisa recomendou a suspensão da vacinação em grávidas, e o Ministério da Saúde também decidiu pela suspensão.

Mais para o fim do mês, duas notícias representaram um alento no combate à pandemia: graças à vacinação de metade da população, os Estados Unidos puderam presenciar a queda nos casos de covid-19 no país. No Brasil, a vacinação em massa na cidade de Serrana (SP) fez com que os casos da doença na cidade despencassem: com 75% da população vacinada, as internações caíram 86%.

O mês de maio deu início às oitivas na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. No dia 4, os senadores ouviram o primeiro depoente, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Ele fez um balanço de sua gestão e das medidas que sua pasta tomou no início da pandemia de covid-19. No dia seguinte, foi a vez de outro ex-líder da pasta, Nelson Teich, que ficou apenas um mês no cargo. Teich disse que abandonou o ministério quando percebeu que não teria autonomia para conduzir a pasta.

No dia 2, o então prefeito de São Paulo, Bruno Covas, se licenciou do cargo para se dedicar a um tratamento contra um câncer que foi descoberto em 2019. No dia seguinte, ele foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista. O político morreu no dia 16, às 8h20.

Quem também morreu no mês de maio (dia 27) foi o sambista Nelson Sargento. Aos 96 anos, o presidente de honra da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira foi vítima das complicações da covid-19.

No início do mês (dia 4), a cidade de Saudade (SC) viveu uma tragédia. Um jovem de 18 anos invadiu uma creche na cidade e matou cinco pessoas: duas professoras e três crianças. Uma terceira criança foi ferida, mas se recuperou.

Também no dia 4, a Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou por homicídio duplamente qualificado o vereador Jairo Souza Santos Júnior, conhecido como Dr. Jairinho, e a professora Monique Medeiros, padrasto e mãe de Henry Borel, de 4 anos, morto no dia 8 de março devido a uma hemorragia provocada por ação violenta.

Também no mês de maio, a juíza do 3º Tribunal do Júri de Niterói, Nearis dos Santos Carvalho Arce, decidiu que a deputada federal Flordelis, acusada de ter assassinado o próprio marido, Anderson do Carmo, irá a júri popular. A juíza também decidiu manter a prisão de todos os acusados de envolvimento no crime.

Uma operação policial realizada na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, terminou com a morte de 25 pessoas, entre elas um policial civil. Batizada de Exceptis, a ação tinha o objetivo de combater grupos armados de traficantes de drogas que estariam aliciando crianças para o crime. A polícia negou as acusações e disse que as mortes ocorreram devido ao confronto com os criminosos. A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu para o Ministério Público que realizasse uma investigação independente, completa e imparcial dos fatos.

Um dia após o impeachment do então governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, o vice Claudio Castro assumiu o governo. Em seu discurso, Castro prometeu reconstruir o estado com austeridade nas contas públicas, recuperar a confiança dos investidores, gerar empregos, lutar contra a fome e a covid-19 e reduzir índices de violência.do estado.

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