Notibras

‘Maior gesto de Bolsonaro foi fazer de Moro zero à esquerda’

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, considera que a melhor ação do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro foi ter tirado Sergio Moro da Vara Federal de Curitiba. Para quem não se recorda, o agora senador pelo Paraná foi o primeiro ministro da Justiça do presidente ‘fujão’. Gilmar avalia que este foi o marco fundamental para que o ex-juiz fosse devidamente devolvido “para o nada”.

A declaração foi feita em entrevista à revista Veja, em que Gilmar recordou um diálogo que teve em 2019 com o então ministro da Economia, Paulo Guedes, quando era celebrada a entrada de Moro no governo recém-empossado.

Gilmar ressaltou que “ainda era cedo” para celebrar, mas que ter “tirado Moro de Curitiba” foi a melhor contribuição da gestão Bolsonaro.

“[…] Ninguém sabe se os senhores vão sobreviver ou não, se o governo dos senhores vai avante ou não. Coloque isso na sua biografia. Ter tirado Moro de Curitiba talvez tenha sido sua maior contribuição para o Brasil”, afirmou. Em uma outra conversa com o próprio Jair Bolsonaro, o ministro Gilmar Mendes diz que agradeceu ao ex-mandatário por ter levado “Moro para o nada”.

“Posteriormente, um dia escutei do próprio Bolsonaro: ‘Ministro, a gente demorou muito para aprender a governar, etc. Por exemplo, se já tivesse passado um ano, eu não teria trazido Sergio Moro para o governo’. Eu disse, não! Foi uma boa contribuição, uma boa contribuição do governo, talvez uma das suas grandes obras tê-lo trazido para o governo e depois tê-lo devolvido para o nada”, contou o Gilmar, acrescentando que “a mim, me parece que ele [Moro] é um sujeito inadequado, já como juiz”.

Moro, do PR, rebate o ministro, dizendo que Gilmar volta a desferir “mentiras e ofensas” a seu respeito. “Lamento nova quebra de decoro judicial, que não reflete a tradição do Supremo Tribunal Federal. Definitivamente, não tenho a mesma obsessão pelo ministro Mendes”, afirmou o senador.

Ainda na entrevista, Gilmar reforçou a afirmação feita anteriormente, de que Moro e outros agentes da Lava Jato “gostam muito de dinheiro“, e que mesmo estando fora da área jurídica, o ex-juiz produziu “filhotes”, e citou como exemplos Deltan Dallagnol, Marcello Miller, Marcelo Bretas e Selma Arruda.

Sair da versão mobile