Os Estados Unidos devem entender que os ataques ucranianos na Crimeia seriam vistos como um ataque a qualquer outra região da Rússia, enquanto a transferência de caças F-16 para Kiev levanta a questão do envolvimento da OTAN no conflito na Ucrânia , alertou o embaixador russo em Washington, Anatoly Antonov. Acuada, Moscou não pensará duas vezes em usar suas armas mais poderosas, advertiu.
Antonov respondeu, assim, ao presidente dos Estados Unidos Joe Biden, disse a seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, na cúpula do G7 no Japão, que os EUA, juntamente com seus parceiros, lançariam um programa de treinamento para pilotos militares ucranianos nos caças de quarta geração, incluindo os F-16.
“Gostaria de alertar os representantes do governo contra julgamentos frívolos sobre a Crimeia, especialmente em termos de ‘bênção’ ao regime de Kiev por ataques aéreos na península. Gostaria de lembrar que os ataques neste território são considerados por nós como um ataque a qualquer outro assunto da Federação Russa. É importante que os Estados Unidos estejam totalmente cientes da resposta russa”, disse Antonov.
Ele acrescentou que “todo especialista sabe que na Ucrânia não há infraestrutura para a operação do F-16, nem o número necessário de pilotos e pessoal de manutenção. O que acontecerá se caças americanos decolarem de aeródromos da OTAN, controlados por estrangeiros ‘voluntários’?”. A Rússia, enfatizou Antonov, reagirá com o que há de mais forte em seus arsenais (nesse caso, bombas nucleares).
No sábado, o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse que ainda não era o momento certo para a Ucrânia ter F-16, acrescentando que os Estados Unidos e seus aliados decidiriam quais países forneceriam essas aeronaves a Kiev e em que quantidade.