O Dia da Consciência Negra em São Paulo tem uma programação variada com filmes, peças de teatro, exposições, saraus, oficinas e cursos livres que contribuirão para ampliar a discussão sobre o tema. Organizada pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, a programação especial acontecerá durante todo este mês de novembro para celebrar a data. O roteiro inclui mais de 100 ações virtuais e presenciais.
O Museu Afro Brasil celebra a data com apresentação musical, jogos e brincadeiras. Haverá, ainda, um tributo a Pixinguinha, o grande maestro, flautista, saxofonista, compositor e arranjador brasileiro, além de show com a Banda Performática, criada pelo artista José Roberto Aguilar e os músicos Arnaldo Antunes e Paulo Miklos. A banda promove uma fusão de linguagens, como performance, poesia, pintura, dança e música.
No Teatro Sérgio Cardoso tem a apresentação musical A Cor Púrpura, obra-prima de Alice Walker, que conta a história de Celie, mulher negra, pobre e semianalfabeta que desde a infância passa por situações de indiferença e abandono. O espetáculo retrata um pedaço do mundo do início do século 20 ainda muito presente nos dias de hoje.
Pela plataforma e aplicativo #CulturaEmCasa, o II Festival Negro em Ação será exibido a partir de hoje. São 60 filmes, sendo 33 curtas-metragens, 14 videoclipes e 13 videoartes, todos realizados por artistas e diretores negros. A ação faz parte do projeto Ponte Aérea Cultural, parceria entre a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e a do Rio Grande do Sul. O evento ocorrerá no formato híbrido. Confira mais detalhes pelo aplicativo e pela plataforma do Cultura em Casa.
A Biblioteca Parque Villa-Lobos apresenta o Sarau Perifatividade, ação em que artistas e público se conectam por meio de poesias, músicas, dança e artes visuais. Na edição especial do Dia da Consciência Negra, o cotidiano da mulher e homem negro nas periferias, o racismo e a luta por direitos serão tema das poesias declamadas pelo coletivo. A intervenção “Camélia – Onde estão os negros?”, na Biblioteca de São Paulo, conduz o público a um cenário lúdico sobre a luta preta e os propósitos da semana de arte moderna, com muita poesia de poetas pretos contemporâneos.
O Dia da Consciência Negra nas Oficinas Culturais do Estado será marcado pela valorização da história e da produção cultural negra nas três unidades do programa que ficam na Capital (Alfredo Volpi, Juan Serrano e Oswald de Andrade). Todas as atividades são gratuitas e estão disponíveis de forma virtual e presencial.
As Fábricas de Cultura promovem diversos bate-papos educativos que abordarão temáticas relacionadas à cultura afro. Entre os encontros, o que trata dos cuidados com a pele negra, transmitido pelo canal do YouTube das Fábricas, com a farmacêutica esteta Arina Gabriela, que contará um pouco sobre as características e os mitos que cercam a pele negra.
Já a conversa sobre empreendedorismo afro será entre Letícia Santos e Zelma Tranças, no dia 25 de novembro, às 19h. Em “Trançando Histórias”, Zelma falará sobre o trabalho que realiza há mais de 30 anos na região de Osasco (SP), por meio de ações de formação para novos profissionais da área, e apresentará seu próprio negócio, um salão especializado em beleza afro.
A criançada poderá aproveitar a atividade programada pelo Museu da Imigração, que realiza uma oficina de pintura com os artistas plásticos africanos Lavi Kasongo (República Democrática do Congo) e Paulo Chavonga (Angola).
Interior e litoral
Em Campos do Jordão, o Museu Felícia Leirner leva ao público infantil a contação da história ‘Meu Crespo é de Rainha’, livro de Bell Hooks, e a oficina ‘Boneca Abayomi’ que vai ensinar a produção da boneca e a história dessa tradição.
No Museu Casa de Portinari, em Brodowski, a professora Camila Gonçalves Lima Rosa realiza uma roda de conversa na qual reforça a importância da educação, com a história de Maria do Carmo Valério Nicolau, mulher negra que ingressou na escola como ouvinte e conseguiu se formar.
O Museu Índia Vanuíre, em Tupã, apresenta a exposição ‘Movimento Negro em Tupã: Raízes e Resistência’ que vai contar a trajetória do movimento negro na cidade por meio de fotos e textos.
Aproximar o público da cultura africana e incentivar a reflexão sobre violência contra mulheres negras e, principalmente, periféricas, é o objetivo do bate-papo que será realizado no Museu do Café, em Santos. O museu fará uma live sobre a produção de podcasts, que também integrará a programação. Para atender ao público durante a temporada de cruzeiros, o museu preparou um expediente ampliado, que vai até 4 de dezembro.