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Mais dia menos dia você vai encarar as provas. Prepare-se

Segundo dados do Ministério da Educação, em 2016, 9.276.328 foi o número de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), recorde de participantes, fazendo deste o maior vestibular do Brasil. Quem presta o exame deve, além de resolver 180 questões objetivas das várias do conhecimento, produzir um texto, do gênero dissertativo-argumentativo, que sozinho vale 1000 pontos e possui um alto peso na média final de notas.

Por ser uma parte subjetiva da prova, demanda o treinamento de técnicas para que se alcance a pontuação máxima, e quem deixa de lado o investimento no aprendizado da produção textual pode acabar sendo prejudicado. Há alguns detalhes muito particulares do gênero cobrado que só a prática revela.

Alguns erros, que usualmente passariam despercebidos nas produções de escrita escolares, são motivo da perda de pontos em competências estabelecidas pela banca de correção no Enem. Confira aqui os 15 erros mais cometidos na redação:

1. Não pensar na estética do texto. “A primeira impressão é a que fica”? Na redação, este famoso ditado popular sem dúvidas se aplica. Em meio a tantos textos, o corretor tende a um olhar mais otimista em relação aos que são bem organizados e possuem letra legível, elevando a chance de atribuir a eles uma nota mais alta.

2. Falta de proporção da letra e dos parágrafos ao longo do texto. Começar com a letra grande e depois diminuí-la ou fazer um parágrafo enorme e outro muito pequeno denota falta de planejamento.

3. Não utilizar as 30 linhas. Muitos não otimizam todo o espaço disponível, passando a impressão de que não têm muito conhecimento para dissertar sobre o assunto.

4. Iniciar o texto como se estivesse respondendo a uma pergunta. O tema deve ser abordado de forma clara, objetiva e na íntegra na introdução, já indicando o posicionamento crítico que será desenvolvido ao longo do texto (tese).

5. Começar o texto com expressões como: “hoje em dia”, “nos dias de hoje”, “atualmente”, “diariamente”, “a cada dia que passa”. Elas são consideradas comuns, clichês.

6. Fazer o desenvolvimento em apenas um parágrafo, sendo que o texto deve ter, no mínimo, quatro parágrafos. Introdução, dois ou três de desenvolvimento, conclusão.

7. Ficar “em cima do muro” na redação. Muitos candidatos parecem temer o posicionamento concreto sobre algo. Não defender um ponto de vista compromete e muito a nota final.

8. Fazer parágrafo frasal. Parágrafo frasal é aquele composto por apenas um período. Não é adequado, pois indica pouca capacidade de estabelecer coesão, por meio dos conectivos, além de tornar a leitura confusa e cansativa.

9. Não dividir as responsabilidades na proposta de intervenção. É uma tendência do senso comum colocar a culpa de todos os problemas apenas no governo e não reconhecer as responsabilidades sociais das escolas, da mídia, das ONGs e da sociedade, por exemplo.

10. Conversar diretamente com o leitor. O uso da 2ª pessoa do discurso não é admitido no gênero dissertativo-argumentativo.

11. Repetição de palavras próximas e conjunções ao longo do texto. Isso denota um repertório vocabular limitado.

12. Uso de palavras e expressões sentimentalistas. Palavras como “infelizmente”, “lamentavelmente”, “indubitavelmente” são muito pessoais (o que é lamentável para um, pode não ser para o outro) e pouco adequadas ao gênero.

13. Não especificar as siglas. A regra é especificar entre parênteses toda vez que uma sigla nova aparecer no texto.

14. Usar a palavra “através”, que, em seu sentido literal, significa “atravessar”, “passar de um lado para o outro”. O ideal é substituir por expressões equivalentes, como “por meio de” ou “por intermédio”.

15 Usar expressões subjetivas, por exemplo, mundo do crime. A expressão, tão comum na oralidade, é extremamente subjetiva. Não existe, de fato, um mundo inteiramente voltado para a criminalidade, é uma força de expressão, assim como “navegar na internet” ou “o tempo voa”.

Um aluno pode ter sido considerado excelente em escrita durante o ensino médio e acabar indo mal no Enem. A plena aprendizagem de como fazer uma redação nota 1000 especificamente neste exame demanda empenho e muito treino. Não é tão simples quanto parece, mas também não é impossível.

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