A derrota da ex-ministra Marina Silva (PSB) no 1.º turno das eleições presidenciais e a defesa de bandeiras da causa gay assumida pela presidente Dilma Rousseff (PT), como a criminalização da homofobia, fez com que lideranças evangélicas do País migrassem seu apoio para o candidato do PSDB, Aécio Neves.
Além de ter recebido o apoio do presidenciável do PSC, Pastor Everaldo, Aécio Neves obteve a adesão do apóstolo Renê Terra Nova, líder do Ministério Internacional da Restauração, e conta com a simpatia de Robson Rodovalho, da Sara Nossa Terra, e do apóstolo César Augusto, da Igreja Fonte da Vida.
“Ele é uma pessoa mais aberta para diálogo do que a presidente Dilma se mostrou. Além de ser um cara casado, com filho, ter família, uma história de vida mais coerente, é religioso”, afirma Rodovalho, que em 2010 ajudou a formular o programa de governo da petista. “A entrada de Dilma em prol dos homossexuais a afasta (dos evangélicos), com certeza. Isso é um ponto muito importante e queremos posicionamentos”, cobra César Augusto.
Eles se juntarão ao líder evangélico mais empenhado na corrente anti-Dilma, Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, e que fez campanha para Everaldo no 1.º turno. Sobre a possibilidade de Dilma tentar uma aproximação com o meio evangélico, Malafaia disse duvidar que qualquer pastor aceite apoiá-la. “Durante quatro anos, o PT votou em tudo que é contra as nossas crenças e valores. Chega na hora da eleição, vem com essa hipocrisia.”
Diante desse cenário, a campanha da petista aposta no mantra de que “voto não tem dono” e montou uma estratégia para buscar esse eleitor, usando discurso que compara as políticas sociais do PT “ao chamado de Jesus para cuidar dos ‘mais pequeninos'”.
Dilma tem na sua coligação o PRB, partido ligado à Igreja Universal do bispo Edir Macedo. Também já recebeu elogios do bispo Manoel Ferreira, da Convenção Nacional das Assembleias de Deus, maior denominação pentecostal do País.