A futura Marta
Malulinha, pela (e de esquerda) vai estufar redes
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emA Malulinha, nem completou um mês, já está sendo disputada pelos maiores times do Brasil, sem falar daqueles outros, ainda mais ricos, lá do outro lado do Atlântico. A Dona Irene, no entanto, bateu o pé e disse que a nossa filha só sai do berço para assinar contrato com o Palmeiras. Então, nada de Botafogo, Vasco ou Corinthians.
Vestida com a 10, que outrora trajou o gigantesco Ademir da Guia, a Malulinha me confidenciou, entre sorrisos, choros e caretas, que pretende ser maior até que a Marta. Pois é, que a Marta! Talvez, por isso, meu olhar de pai logo tenha percebido uma certa habilidade da Malulinha com a canhota.
Não sei se a minha caçulinha será tão boa como a maior craque que o mundo conheceu. Creio que é muito cedo para fazer tamanha previsão, apesar de toda a euforia da minha esposa. Aliás, como a Dona Irene adora falar, sonhar pouco é bobagem. Por isso, eis que me vejo sonhando acordado com os dribles desconcertantes da Malulinha, sempre em direção ao gol e, obviamente, estufando as redes, para desespero das torcidas adversárias.
Outra questão que levantei aqui em casa é sobre a possibilidade da Malulinha escolher torcer para outro clube. Obviamente que essa possibilidade não existe. Não que aqui tenhamos a obrigação de sermos palmeirenses. Não se trata disso. A minha esposa, posso lhe garantir, presa pela democracia e, para não me deixar mentir, tem o discurso prontinho na ponta da língua.
– Dudu, preste bem atenção! A Malulinha vai ter total liberdade de torcer para qualquer time.
– Que bom, meu amor!
– Mas só vou fazer uma exigência, que, como mãe, tenho esse direito.
– E qual é?
– Ela terá que torcer pro Palmeiras!