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Manifestantes protestam no Rio contra abertura de processo de impeachment de Dilma Rousseff

Rio de Janeiro - Manifestantes protestam contra a possibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff, no centro do Rio (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Vladimir Platonow

A abertura de processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff mobilizou milhares de pessoas em um ato nesta quarta-feira (16), no centro do Rio, que fez parte das manifestações ocorridas em diversas cidades do país.

Parte do público veio em passeata, desde a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e, no caminho, promoveu um protesto em frente ao escritório político do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), onde gritaram slogans e jogaram bolos de dinheiro falso com o rosto do deputado estampado.

Na Cinelândia, foi montado um palco, em frente à escadaria da Câmara Municipal, onde se revezaram lideranças políticas, sociais e sindicais. O público carregava faixas e cartazes contra a tentativa de retirar Dilma da Presidência e com críticas a Cunha.

“O que estão fazendo com a Dilma é parecido com o que fizeram com [os ex-presidentes] Getúlio Vargas e João Goulart. Quando surge um governo de caráter popular, isso acirra a ira das classes altas”, disse o aposentado Francisco Mendes Soares, integrante do PDT.

O sindicalista Paulo Fernandes de Souza disse que tudo conspira para um golpe. “O Congresso está parado porque esta direita que está aí com o Cunha e o PSDB quer parar o país. Para eles quanto pior, melhor. Não estão preocupados com o brasileiro. Mas o povo na rua vai barrar o golpe”.

O estudante de música Damus Shiva disse que é importante protestar. “O golpe está sendo dado por um setor que perdeu a eleição e não aceita a derrota. Caso ela saia, o movimento popular vai perder muito, mas o [vice-presidente Michel] Temer não vai conseguir governar, pois vai ser um caos”.

A merendeira Maria do Carmo Gonçalves, que entrou na faculdade de gestão pública, aos 60 anos de idade, diz que é importante participar da manifestação pela biografia de Dilma, em cujo governo há “um avanço muito grande em projetos sociais, principalmente com os negros, que antigamente não tinham oportunidade de estudar”. “Só que a Câmara não está deixando ela governar”.

O ato político na Cinelândia terminou com a apresentação de artistas populares. De acordo com os organizadores, foram 10 mil participantes, que tomaram completamente o espaço em frente à Câmara Municipal, na Cinelândia. A Polícia Militar não divulgou estimativa.

Agência Brasil

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