O ataque a tiros a ônibus da caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Paraná fez com que o ato de encerramento da viagem, ontem à noite, em Curitiba, fosse transformado em uma celebração de unidade da esquerda. Pré-candidatos à Presidência falaram em “fascismo” e discursaram contra o que chamaram de escalada de violência no processo eleitoral.
“Nós que amamos o Brasil e o povo brasileiro precisamos nos unir para derrotar o fascismo”, disse a presidenciável do PCdoB, Manuela D’Ávila. “Temos que responsabilizar o senhor Jair Bolsonaro, bandido, criminoso, sem vergonha, que está semeando o fascismo no Brasil”, afirmou o pré-candidato pelo PSOL, Guilherme Boulos.
O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, um dos mais aplaudidos, disse que o ato de encerramento da caravana deveria ser o início de uma “campanha” contra “fascistas”. “Não me sinto no encerramento da caravana do ex-presidente Lula, mas no início de uma nova campanha para derrotar os fascistas”, afirmou Haddad
Além de líderes do PT, participaram do evento – realizado em uma praça no centro de Curitiba – representantes de PSOL, PCdoB, PSB e o senador Roberto Requião, do MDB.
Lula destoou do discurso de união da esquerda e falou como pré-candidato à Presidência. Ao comentar os ataques dos quais foi alvo no Sul, o ex-presidente disse que esses manifestantes “estão mais para fascistas e nazistas do que para democratas”.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) comparou a caravana à Coluna Prestes, também iniciada no Rio Grande do Sul. “É muito épica também. Não conseguiram parar a caravana. Lula se impôs”, disse o senador petista.
Presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros sugeriu a criação de uma frente de esquerda para, segundo ele, barrar a escalada de violência na campanha eleitoral deste ano. “Hoje (ontem) é o dia em que a esquerda deixa de lado suas diferenças para reafirmar seu compromisso com a democracia”, disse o dirigente, em discurso no ato.
Medeiros citou ainda o assassinato da vereadora do PSOL Marielle Franco, no Rio, como um desses episódios do que chamou de “escalada de violência política”.