Marcelo Lima
São muitos os desafios que envolvem o projeto de interiores em imóveis de pequenas dimensões. Território onde exigências funcionais se sobrepõem a questões estéticas e onde a capacidade do profissional de lidar com limitações é colocada permanentemente à prova.
“Quem projeta em áreas compactas deve ter como objetivo imediato ampliar as possibilidades de uso do espaço. Mas, nem por isso, deve abrir mão de dar um certo charme à decoração”, afirma a designer de interiores Mariane Cunha, do escritório AH!SIM, que, em conjunto com o arquiteto Rodrigo Martins, concluiu em seis meses a reforma deste flat de 24m² nos Jardins, inteiramente remodelado para atender a um executivo em suas temporadas de trabalho paulistanas.
Item prioritário na pauta das arquitetas, a marcenaria desempenhou papel fundamental na empreitada. “Esse tipo de projeto exige soluções muito específicas, personalizadas. Uma marcenaria bem planejada pode oferecer soluções de armazenagem, setorização e até mesmo decorativas”, afirma Mariane.
Como exemplo, ela cita a confecção de um suporte giratório para a televisão com visualização simultânea, tanto da sala, quanto do quarto; a adoção de nichos de diferentes tamanhos na estante e a montagem de uma caixa para acomodar o ar condicionado. Sem falar da instalação de um home office no apartamento.
Não que tudo na obra tenha se resumido ao desenho de mobiliário exclusivo. “Para implantar nossas ideias tivemos de nivelar o piso da varanda com a sala e dotar o espaço de pontos de água e esgoto, até então inexistentes”, comenta Martins, que elenca ainda desafios de outra ordem para a conclusão do projeto.
Segundo ele, outra dificuldade de projetos dessa natureza é coordenar o trabalho de diferentes equipes, em um espaço tão reduzido. Os serviços têm de ser executados de forma independente de modo a permitir a movimentação das equipes de entrega e instalação. “Se não for assim, nada acontece”, comenta o arquiteto.