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Marcha contra o aborto leva mais de 2 mil manifestantes à Esplanada dos Ministérios

Heloisa Cristaldo

Ativistas e religiosos de todo país fizeram nesta terça (7), em Brasília, um ato contra o aborto. Com o tema “Quero Viver! Você me ajuda?”, a 9ª Marcha Nacional da Cidadania pela Vida e Contra o Aborto pediu a aprovação do Estatuto do Nascituro (PL478/2007), que define direitos da criança ainda não nascida e da gestante.

Com faixas e cartazes com mensagens contrárias ao aborto, o grupo de cerca de 2 mil 500 pessoas – segundo a Polícia Militar – ocupou três faixas do Eixo Monumental, na região central da cidade, em direção ao Congresso Nacional.

Participante da marcha, a microempresária Lili Terena, 48 anos, disse que o aborto provoca traumas psicológicos e físicos na mulher. “Não queremos impor nossa vontade sobre a decisão da mulher, queremos o que é melhor para a mulher e muitas vezes ela não sabe. Sou contra o aborto porque acho que todos têm direito à vida. A criança não tem voz, alguém tem que defendê-la.”

A técnica em enfermagem Marilza Lima, 56 anos, veio do Rio de Janeiro para participar do ato. “Sou à favor da vida e contra o sofrimento do feto, independentemente da forma em que foi concebido. Jamais vou entender como uma mulher faz um aborto. Porque não ter o filho e colocar para adoção? Quantas mulheres não podem ter filhos e esperam a adoção? Se tivesse uma lei de adoção melhor no país, tenho certeza que muitas deixariam de abortar”, analisou.

A manifestação antiaborto também teve participação masculina. “O movimento é em defesa da mãe, incluindo as vítimas de violência, para que tenham amparo social e dignidade. A minha mãe foi abandonada pelo meu pai e teria todas as condições para fazer um aborto e decidiu me preservar. Por isso, estou aqui, nessa luta”, disse o seminarista Wesley Corrêa, 33 anos.

Ato simbólico – Sessenta crianças da instituição espírita Lar Assistencial Maria de Nazaré participaram da marcha carregando balões brancos, representando os bebês que deixam de nascer em decorrência de abortos. Para Kelly de Oliveira, 42 anos, dirigente da instituição, o ato simbolizou a defesa pela vida.

“Entendemos que seria uma mancha na história do Brasil a liberação do aborto. Já existe uma lei que preserva a mãe em caso de risco e isso não se discute. Mas é importante fazermos a defesa da vida em todas as suas fases”, disse.

O Estatuto do Nascituro tramita atualmente na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. A proposta define que a vida começa na concepção. O objetivo do projeto é estender ao feto direitos que hoje são garantidos apenas aos já nascidos, como o direito à vida, à saúde, à honra, à integridade física, à alimentação e à convivência familiar. Entre outros aspectos, a preposta endurece a legislação e dificulta a realização do aborto até mesmo em casos de estupro.

Agência Brasil

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