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Rio

Maré do Amanhã anima cemitério no Dia de Finados

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Cristina Índio do Brasil

Cemitério também é lugar de música e de luta pela vida. Foi assim que o Cemitério da Ordem Terceira da Penitência, no Caju, região portuária do Rio de Janeiro, fez neste Dia de Finados, uma programação para envolver os visitantes na hora de homenagear parentes e amigos mortos.

A Orquestra Maré do Amanhã, formada por 30 jovens da comunidade da Maré, se apresentou com a regência do maestro Filipe Kochem. Os jovens músicos de idades entre 15 e 18 anos interpretaram clássicos como Pequena Serenata Noturna, de Mozart, e Ave Maria, de Gounod, além de canções de Roberto Carlos.

Filipe Kochem disse, que, inicialmente, se formou em violino e violoncelo e passou 20 anos executando música. Agora, depois que se tornou maestro, é uma fase diferente em uma situação de tentar comandar os músicos. “Na verdade, a gente faz música junto com os músicos”, revelou.

O projeto da Orquestra Maré do Amanhã foi idealizado pelo diretor e fundador da orquestra, Carlos Prazeres. “O pai dele era maestro da orquestra Petrobras Sinfônica e foi morto. O carro dele foi achado na Maré, então, o diretor da orquestra teve a ideia de trabalhar em uma comunidade onde, provavelmente, morava o assassino do pai, querendo mudar a cabeça das pessoas”, contou Filipe.

O maestro afirmou que, quando a orquestra começou em 2010, tinha apenas 20 alunos, dois professores, ele e o irmão que dava aula de instrumentos de sopro e um maestro. Hoje, já são mais de 2 mil alunos. “O projeto foi crescendo com outros patrocinadores. A gente começou com 20 e hoje está com 2.200 crianças na Maré desde 4 anos até 18 anos”, informou.

Para Filipe Kochem, o objetivo do projeto é profissionalizar os alunos e pelos resultados parece que isto está sendo alcançado. “A gente quer perder muitos alunos para faculdade, perder para as orquestras profissionais. Três alunos nossos este fim de semana vão fazer o Enem e vão fazer a prova específica que é o T.H.E., a prova para faculdade de música. Eles têm que tocar o instrumento. A gente já está na torcida porque vai ser o nosso primeiro fruto profissional”, completou.

Quem foi ao Cemitério da Penitência também pôde aderir à campanha Quantas Vidas Você Pode Salvar?, criada pelo Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil. O administrador do cemitério disse que a ideia era conscientizar os visitantes sobre a importância da doação de órgãos, um gesto simples que pode salvar vidas. Na entrada, havia um painel com fitas verdes, em que se podia ler a mensagem Ajude a compartilhar esperança, seja um doador de órgãos.

“A gente começou a fazer isso na segunda-feira e a aceitação foi enorme. As pessoas acabam pegando a pulseirinha. Compartilhe a vida, seja um doador. Nos surpreendeu a iniciativa das pessoas nos procurar, antes, [do Dia de Finados] para saber como poderiam participar”, disse.

Agência Brasil

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