A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, defendeu-se das críticas de que tem sido alvo durante a campanha eleitoral nesta sexta-feira associando a campanha da candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), a políticos historicamente envolvidos em escândalos de corrução, entre os quais o deputado federal Paulo Maluf (PP) e os senadores e ex-presidentes da República Fernando Collor de Mello (PTB) e José Sarney (PMDB).
Marina discursou a um público de cerca de 200 pessoas em frente à igreja Matriz de São Bernardo do Campo, município da Grande São Paulo administrado pelo PT e berço político e residência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem foi ministra. A praça foi palco de lutas sociais encabeçadas por movimentos e sociais e pelo próprio PT nas décadas de 1970 e 1980.
Ao lado da deputada e ex-prefeita da capital Luiza Erundina, e do candidato a vice-presidente, Beto Albuquerque, Marina afirmou a uma plateia de aproximadamente 200 pessoas que manterá conquistas das últimas décadas à classe trabalhadora –três dias após falar a um grupo de empreendedores, em São Paulo, sobre a “flexibilização da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho)”. Em resposta, Dilma afirmou ontem que não mexe na CLT “nem que a vaca tussa”.
“Nosso compromisso é com a proteção dos direitos dos trabalhadores; os projetos que aprofundam a terceirização são da base governo”, criticou a candidata, para quem “esse governo infelizmente com a fofoca, o boato, fazendo uma cortina de fumaça”.
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A ex-senadora ainda usou as comparações entre “ricos” e “pobres”, que costumam marcar discursos de Lula, para prometer escola em tempo integral “para que o filho do pobre tenha escola tão boa como a escol a do rico” e para citar os dados recentes sobre a desigualdade no Brasil: “Os 10% mais ricos estão ficando mais ricos, e os 10% mais pobres ficando mais pobres”.
Ainda no discurso, insinuou que a campanha petista está “desesperada” ante o suposto receio de perder a reeleição e afirmou que vai “combater a corrupção na Petrobras”. “Vamos usar meios para que a competência seja a base da indicação de uma pessoa para um cargo público”, declarou, para completar: “Vamos proteger a indústria brasileira, que, no governo da Dilma, está sendo reduzida a pó. Vamos trabalhar, sim, com a sociedade: eles pararam, abriram mão dos princípios, estão juntos com Maluf, Collor, Sarney, Jader Barbalho”.
Apesar das críticas em praça pública, em entrevista coletiva um pouco antes, em um hotel ao lado da igreja, a candidata citou ataques do PT e do PSDB do senador Aécio Neves e disse que sua “única atitude” seria, “sempre oferecer a outra face”