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Paris 2024

Marta, a Pelé do futebol feminino, dá adeus com uma medalha de prata

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Autor/Imagem:
Bartô Granja, Edição, com Agências - Foto Divulgação/COB

A ‘rainha’ Marta deu adeus à seleção brasileira de futebol feminino com uma medalha de peito pendurada no pescoço. A comenda, que vem 16 anos após a última presença num pódio, valeu pelo segundo lugar nas Olimpíadas de Paris, em decisão contra os Estados Unidos – e que as americanacas venceram por 1 a 0. Jogando no Parque dos Príncipes, a equipe de Arthur Elias teve grandes oportunidades para sair de campo com o título, mas desperdiçou uma série de lances claros de gol e viu as norte-americanas anotarem uma única vez para subir no lugar mais alto do pódio.

Mas, independentemente do resultado, a seleção brasileira já tem muito o que comemorar. O resultado inesperado fortalece o futebol feminino no País e traz a motivação necessária para a construção de um time e de uma energia positiva para a Copa do Mundo de 2027, que terá o Brasil como sede.

O confronto resultou na terceira derrota do Brasil para os Estados Unidos numa final olímpica. O mesmo panorama foi visto em Atenas-2004 e Pequim-2008. A partida na capital francesa também pode ter colocado um ponto final da carreira de Marta junto à seleção brasileira e em torneios olímpicos. A maior estrela do País na modalidade está com 38 anos.

Mal o jogo havia começado, Ludmila desperdiçou uma grande chance brasileira ao ficar frente a frente com a goleira dos EUA. Pouco tempo depois, foi a vez de Jheniffer perder o tempo da bola e furar em lance claro na área. Os Estados Unidos passaram a ficar mais com a bola e deixaram o Brasil preso ao campo de defesa, tentando explorar algum contragolpe.

Aos 15 minutos, Ludmila tramou linda jogada pela esquerda, invadiu a área e marcou, mas a arbitragem assinalou impedimento no momento do passe em profundidade para a atacante brasileira e anulou o gol. A seleção brasileira criava os lances mais perigosos, especialmente quando apostava nos duelos mano a mano pelas laterais. A arbitragem foi tema de recorrentes reclamações por decisões favoráveis às norte-americanas ao longo da etapa inicial. Vaias ecoaram pelo estádio do Paris Saint-Germain.

Depois da parada técnica para hidratação das atletas, o jogo ficou mais morno, o que ajudou as norte-americanas. A seleção brasileira valorizava as jogadas mais agudas e verticais, ou seja, aqueles lances que contam com mais velocidade e em direção ao gol. Já nos acréscimos, Gabi Portilho teve ótima oportunidade que parou na goleira Naeher.

O Brasil foi  superior no primeiro tempo. Uma imposição técnica já vista em outras finais olímpicas diante das norte-americanas. O grande pecado foi não ir para o intervalo com um gol de vantagem. Chances não faltaram, mas a precipitação e a falta de um pouco mais de capricho impediam o zero de sair do placar na capital francesa.

Na volta do segundo tempo a seleção brasileira mudou um pouco seu estilo, preferindo ficar mais tempo com a posse de bola e articulando de forma mais paciente as jogadas. Essa alteração prejudicou a fluidez do jogo brasileiro. Não demorou para a consequência bater à porta, com os EUA usando a principal arma do Brasil durante o primeiro tempo. Swanson arrancou em velocidade pela esquerda, invadiu a área e marcou o gol para os Estados Unidos, aos 11 minutos.

Atrás no placar, Arthur Elias promoveu alterações. Marta entrou em campo, e Ludmila, que fora a melhor atleta na final, deixou o gramado. A ansiedade contribuiu para o desequilíbrio entre defesa e ataque do Brasil. Os Estados Unidos ficaram próximos de ampliar o placar. Problemas físicos foram sentidos pelas atletas brasileiras, casos de Vitória Yaya e Tarciane. No restante do duelo, o Brasil persistiu na luta pelo gol de empate, sem sucesso, ficando amarrado pela estratégia conservadora montada pelos EUA.

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