Os cientistas estão intrigados com uma descoberta desconcertante em amostras recuperadas do asteroide Bennu pela sonda OSIRIS-REx da NASA, uma descoberta que parece desafiar a compreensão atual.
As amostras do asteróide de 3 bilhões de anos que foram coletadas no final de 2020 e descritas como escuras, ricas em carbono e carregadas de moléculas orgânicas se assemelham a “pedregulhos montanhosos” com uma textura áspera e única.
Curiosamente, Dante Lauretta, pesquisador principal da missão, observou durante uma conferência realizada pela União Geofísica Americana que estas partículas têm tendência a aderir a qualquer superfície que tocam.
“Definitivamente temos remanescentes hidratados e ricos em matéria orgânica do início do Sistema Solar, que é exatamente o que esperávamos quando concebemos esta missão há quase 20 anos”, disse Lauretta.
A espaçonave OSIRIS-Rex, projetada para um breve contato de seis segundos com Bennu, mergulhou inesperadamente mais fundo e por mais tempo na superfície do asteroide.
Isso levou a uma coleta excessiva de material, fazendo com que parte dele escapasse da cabeça do coletor de amostras para a tampa externa, devido a uma pedra que emperrou a abertura de uma pequena aba.
Atualmente, os técnicos enfrentam desafios no acesso à maior parte da amostra coletada devido a dois fixadores defeituosos. Enquanto aguardam novas ferramentas, as autoridades conseguiram recolher 70,3 gramas do material, superando os 60 gramas previstos.
A análise espectral inicial do material revelou uma assinatura espectral azul dominante inexplicável, sugerindo um conteúdo de água possivelmente mais elevado do que o esperado. Além disso, as amostras apresentam altos níveis de magnésio, sódio e fósforo, o que aumenta o mistério.