Coadjuvante no poder e com alianças pragmáticas pontuais, o MDB vai tentar em 2022, pela segunda vez em sua história, chegar ao Palácio do Planalto com os próprios pés. A primeira tentativa, fracassada, foi com Ulysses Guimarães, em 1989. Mais recentemente teve Michel Temer, mas por meio do impeachment de Dilma Rousseff.
A ordem agora é deixar o fisiologismo de lado e marcar presença nas ruas, voltando às origens da sua fundação, quando fazia oposição sistemática aos governos militares. Esse novo MDB começará a ser desenhado neste domingo, 6, em Brasília, com a eleição do deputado Baleia Rossi (SP) para a presidência da legenda.
Velhos caciques serão colocados de lado, a exemplo de Raupp, Sarney e Jucá. Outros nem tanto, como Renan e Jáder. Novas promessas – Ibaneis Rocha, governador de Brasília, é uma delas -, poderão surgir como nomes fortes para levantar a bandeira vermelho-preto-verde-amarelo rumo ao Palácio do Planalto.
Há um grupo que quer ver o partido bem distante do governo de Jair Bolsonaro. Se isso vai acontecer, o eleitor emedebista ficará sabendo nos próximos dias. O sinal será dado com a permanência ou não de Osmar Terra na Esplanada dos Ministérios.
Se a briga for mesmo pra valer, a pasta da Cidadania será entregue dentro de um envelope ao Planalto. No cartão vai estar uma frase, escolhida entre duas opções: ‘Osmar não representa o MDB’: ou, ‘o cargo (de ministro) está vago’. Há também Fernando Bezerra, líder do governo no Senado. Mas esse senador nem o MDB quer mais.