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Me tirem dessa, diz Castelli na CPI . ‘Estou limpo’

Zildenor Ferreira Dourado

A CPI da Saúde ouviu em sessão ordinária nesta quinta-feira (15) o depoimento do médico Ivan Castelli, ex-subsecretário de Atenção à Saúde na gestão do ex-governador Agnelo Queiroz. Ele também exerceu outros cargos de gestão em hospitais no âmbito da Secretaria de Saúde.

O depoente ressaltou nunca ter tido ligação com Marli Rodrigues, do SindSaúde, e negou conhecer as outras pessoas que participaram das conversas gravadas pela sindicalista, com denúncias de suposto favorecimento a empresas privadas em contratações de serviços na área da saúde pública no DF.

Castelli disse que estranhou ter sido citado nos diálogos gravados, enfatizando aos parlamentares da CPI que as pessoas que o envolveram na conversa é que deveriam explicar os motivos. Ele admitiu ter recusado convite do governador Rodrigo Rollemberg para comandar a pasta da Saúde.

Indagado pelo relator da CPI, deputado Lira (PHS), Castelli negou que tenha sido o responsável pela indicação do atual secretário de Saúde, Humberto Fonseca. “Eu nem o conhecia antes de ele assumir a pasta”, destacou.

O médico, que trabalhou por mais de 25 anos na Secretaria de Saúde e hoje está aposentado no serviço público, reconheceu aos deputados ter trabalhado também para empresa privada de saúde como consultor de tecnologia médica, para a venda de produtos de alimentação parenteral. No entanto, enfatizou que jamais teve qualquer contrato da iniciativa privada relacionado com a Secretaria de Saúde. Castelli confirmou ainda ser proprietário de uma rede de lavanderias no DF – a qual, segundo ele, jamais prestou serviços para a secretaria. “Não tínhamos estrutura para atender qualquer demanda dos hospitais púbicos”, justificou.

Ao final da oitiva, o presidente da comissão, deputado Wellington Luiz (PMDB), comentou que o depoente foi “bastante seguro” ao responder às perguntas dos membros da CPI, quando descartou qualquer envolvimento em irregularidades administrativas. O relator Lira também manifestou ter ficado satisfeito com os esclarecimentos apresentados pelo médico.

Deliberações – Ao final da reunião, os membros da CPI decidiram que só irão definir os próximos depoentes em reunião reservada. Eles querem discutir também formas de tornar as oitivas mais produtivas para as investigações.

Os deputados decidiram, ainda, solicitar à Polícia Civil e ao Ministério Público os documentos da chamada operação Mr. Hyde, que levou à prisão médicos acusados de fraudes em cirurgias para implante de próteses.

Além disso, Wasny de Roure cobrou do Ministério Público o envio das cópias das gravações integrais da Operação Drácon, enfatizando que a mídia local está tendo acesso às informações antes da CPI. O presidente Wellington Luiz informou ao distrital, contudo, que o prazo previsto para o atendimento do pedido ainda não expirou.

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