— Ceci, que tal trabalhar com o Dan e o Edu?
Foi assim que recebi a proposta para fazer parte da equipe da então nova editoria Café Literário, de Notibras. Eu mal havia acordado, estava sentada na varanda, fumando meu primeiro cigarro do dia e tomando um café arábica. Dei uma longa tragada, prendi por um instante a respiração, até que sorri, momento em que a fumaça aproveitou para ganhar o mundo.
— Chefe, você tá falando do Daniel Marchi e do Eduardo Martínez?
— Sim.
Era óbvio que o José Seabra estava falando dos dois, mas a insegurança sempre me fez companhia. Passei o resto do dia como se estivesse caminhando nas nuvens, fui à padaria aqui embaixo do meu prédio, em São Paulo. Era como se Osmar, o balconista, já soubesse da novidade.
Trabalhar com o Dan e o Edu é muito fácil. Sabe aqueles caras de boa? Eles não torram o saco pra nada. O convívio com os colegas aqui no Notibras é tranquilo, o Chefe (José Seabra), a Marta Nobre, o Armando Cardoso, o Wenceslau Araújo, o Mathuzalém Júnior, o Cassiano Condé. Tem o Foca, que é o nosso faz tudo. Ele prepara até café solúvel, ao qual abro uma concessão de vez em quando…
Na quinta, 27, saiu uma matéria assinada pelo Dan sobre mais um prêmio que o Edu ganhou. Tudo parecia normal, até que as mensagens começaram a chegar. Muitos elogios. Tantos, que o Chefe me telefonou e disse: “Ceci, tem como escrever alguma coisa sobre isso?”
Selecionei algumas mensagens que nos chegaram sobre a matéria escrita pelo Daniel Marchi:
“Belíssimo reconhecimento! Merecido. Muito merecido!”
“Edu não escreve para ganhar prêmios, é por isso que os ganha, porque escreve por amor à arte de escrever e isso o faz diferenciado. Tenho muita sorte de ser sua leitora diária também.”
“O Eduardo Martínez sabe mexer com a emoção das pessoas nos seus escritos. Ora sentimos alegria, ora tristeza, mas com certeza, muito mais alegrias. Até raiva antecipada senti do personagem que não gostava de cachorros. Antecipada que digo, que, depois, me veio uma culpa, um dó, pelo motivo pelo qual ele falou que a cachorrinha parecia um desastre de trem. Ficou curioso(a)? Leia ‘Mágoas de seu Olavo passam com o tempo’, pois no fundo ele era um gentleman. Senti muito nojo com a lavagem da caixa de gordura, por pai e filho no Guará. Enfim, se for falar de todos os sentimentos e emoções que sinto ao ler Eduardo Martínez, vou ficar até amanhã falando. Só pra justificar o reconhecimento do prêmio. Em tempo, sem deixar de falar da colaboração da Dona Irene no incentivo e nas produções visuais magníficas.”
“Grande Eduardo! Parabéns pela premiação. Muito merecida. Que outras mais venham.”
“Maravilhoso escritor. Minha mãe e eu lemos todos os dias os contos do Eduardo Martínez. Beijo. Mamãe também tá mandando beijo.”
“Conheci o Edu porque ele foi na minha escola. Ele é muito legal. Parabéns pelo prêmio.”
“Li esse conto premiado. Uma beleza o conto! De muita sensibilidade. Parabéns!”
“O Daniel Marchi está certo quando diz que, se a gente não é lido, não existe como escritor. Então, o Eduardo é muito escritor.”
Todos aqui em Notibras amamos cada mensagem que recebemos, por mais exageradas que possam parecer. Isso eu entendo. É até difícil falar do Edu sem parecer algo exagerado. E cito uma frase do Dan: “Quando o elogio é rasgado, ninguém duvida.”
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Cecília Baumann é Editora-Assistente do Café Literário de Notibras