A pandemia causada pelo novo coronavírus no Brasil modificou a vida e a rotina de todos os brasileiros. Desde o registro do primeiro caso no País em 26 de fevereiro de 2020, a população precisou adotar medidas severas para evitar a contaminação. Entre as diversas mudanças as quais a população foi submetida, uma em especial tem chamado a atenção de profissionais de saúde: o check-up médico.
De acordo com o Ministério da Saúde, as pessoas devem evitar aglomerações e lugares fechados. Contudo, a oncologista especialista em câncer de mama, Ludmila Thommen, alerta que é preciso continuar com os cuidados anuais com a saúde, principalmente no caso dos pacientes oncológicos.
“É compreensível que a pandemia cause dúvidas e desconforto na população. Mas é preciso ficar atento à saúde de forma geral. Pacientes que sofrem com doenças crônicas ou mais graves devem continuar indo nas consultas e não parar nenhum tipo de tratamento. No caso de pacientes com histórico de câncer é imprescindível que continuem todo o acompanhamento para não “perder” o que foi conquistado até o momento”, ressalta.
A preocupação da especialista faz sentido. A estimativa da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) é que entre 50 mil e 90 mil casos de câncer no Brasil ficaram sem diagnóstico nos dois primeiros meses de pandemia, justamente pela falta de procura dos pacientes.
Para a especialista, assim como quem está em tratamento não deve interrompê-lo, quem busca um diagnóstico de câncer também não pode deixá-lo para depois. Isso porque quanto mais cedo se descobre a doença, maior a probabilidade de impedir o avanço do tumor e em alguns casos, e também de conseguir a cura.
“Dois, três ou quatro meses em que o paciente espera ou deixa de ir ao médico por medo de ir ao hospital podem significar um prejuízo muito grande para o sistema. Alguns tumores evoluem rápido e o tempo de diagnóstico pode ser um fator determinante para o melhor resultado no tratamento”, esclarece.
Segundo Ludmila Thommen as mulheres que costumam fazer o check-up anual e não tem nenhum sintoma aparente ou histórico de doenças podem esperar um pouco mais para ir ao médico caso haja risco de contaminação pelo novo coronavírus. Contudo, ainda assim, é recomendado conversar com o profissional de decidirem juntos que medidas serão adotadas.
Agora se o paciente identificar algum sintoma diferente, persistente e duradouro no corpo é necessário a visita ao especialista o quanto antes. Para a oncologista, é essencial prestar atenção no corpo de forma geral e em si mesmo.
“Cada pessoa se conhece. Mudanças bruscas de comportamento no corpo merecem atenção. Uma mancha ou nódulo repentino, a perda ou ganho de peso sem explicação, cansaço, sangramentos em qualquer região, dores frequentes são sinais de alerta, finaliza.