Em meio às atividades do Setembro Amarelo, dedicado à conscientização e prevenção do suicídio, a Associação Psiquiátrica de Brasília (APBr) ressalta a importância dos medicamentos psiquiátricos para o tratamento eficaz de transtornos mentais. Renata Figueiredo, presidente da APBr, discute o papel essencial desses medicamentos na estabilização do humor, redução de sintomas psicóticos e controle da ansiedade, reforçando sua relevância para a prevenção de crises e melhora da qualidade de vida dos pacientes.
Lembrado no domingo, 8 de setembro, o Dia Nacional da Luta por Medicamento, reforça ainda mais a necessidade para muitos pacientes psiquiátricos, atuando como uma ferramenta indispensável para o manejo de transtornos como depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia e ansiedade. “Esses medicamentos permitem que os pacientes funcionem melhor em suas vidas diárias e se engajem em outras formas de tratamento, como a psicoterapia”, afirma Figueiredo.
A especialista destaca que no Brasil, o acesso a medicamentos psiquiátricos enfrenta desafios significativos. “Poucos remédios estão disponíveis através do Sistema Único de Saúde (SUS), e a Farmácia Popular, que deveria facilitar esse acesso, não oferece nenhum medicamento psiquiátrico”, explica Renata. Ela pontua que a situação agrava a desigualdade no acesso, especialmente para a população de baixa renda que depende do programa para adquirir medicamentos essenciais a preços reduzidos ou gratuitamente.
Conforme a presidente da APBr, os medicamentos psiquiátricos são essenciais para:
– Reduzir sintomas debilitantes, como humor deprimido, alucinações, delírios, pensamentos suicidas, e ansiedade extrema.
– Prevenir recaídas em transtornos como: bipolaridade, esquizofrenia, depressão e ansiedade.
– Melhorar a qualidade de vida, permitindo que os pacientes retomem atividades normais e construam relacionamentos saudáveis.
– E ainda, regular desequilíbrios químicos no cérebro, influenciando positivamente o humor, comportamento e pensamentos.
Quebra de tabus
Renata Figueiredo enfatiza ainda a necessidade de desmistificar o uso de medicamentos psiquiátricos. “É crucial informar o público sobre a natureza dos transtornos mentais e como os medicamentos são ferramentas científicas comprovadas que ajudam no tratamento. Compartilhar histórias de sucesso e normalizar a conversa sobre esses medicamentos são passos importantes para quebrar o tabu”, acrescenta.
Ela relata que médicos e psicólogos têm um papel vital na educação dos pacientes e suas famílias, esclarecendo preocupações e desmentindo mitos, como a falsa crença de que a maioria das medicações psiquiátricas causa dependência.
A presidente da APBr alerta que a ausência de medicação adequada pode trazer sérios riscos para os pacientes, incluindo recaída de sintomas e agravamento do estado mental. “Sem o tratamento correto, os pacientes podem adotar comportamentos de risco, enfrentar isolamento, perder empregos e até mesmo ter pensamentos ou comportamentos suicidas, necessitando de hospitalização de emergência em casos graves”, explica.
Neste Setembro Amarelo, o Dia Nacional de Luta por Medicamento ganha ainda mais relevância, enfatizando a necessidade de acesso adequado e contínuo a medicamentos psiquiátricos. “Esses medicamentos são muitas vezes essenciais para estabilizar pacientes em crise e prevenir recaídas que colocam a vida em risco”, reforça Figueiredo. “A data sublinha a importância de garantir que todos os pacientes tenham acesso a tratamentos eficazes, como forma de prevenir complicações graves, incluindo o suicídio”, finaliza.