Luz no fim do túnel
Medo vive como sombra, mas firmando o passo, ele acaba vencido

Às vezes o medo me paralisa. Não é o medo de escuro ou de altura. É um medo mais sutil, mais íntimo. Medo de ser inadequada. De decepcionar. De sentir demais e parecer piegas. De sentir de menos e parecer fria. De ser intensa demais, ou indiferente demais.
Carrego esse receio como quem carrega uma sombra: sempre presente, às vezes pequena, às vezes gigante. Tento agradar, tento acertar, tento prever o impacto das minhas palavras, dos meus silêncios, dos meus gestos.
E, de vez em quando, me pergunto: como seria minha vida se eu não tivesse medo?
Talvez eu dançasse mais, falasse mais alto, escrevesse sem revisar tanto. Talvez eu errasse mais e me perdoasse com mais facilidade também. Talvez eu apenas fosse, e estaria tudo bem.
Mas, por enquanto, sigo. Com medo, sim, mas tentando, mesmo assim.
