O governo de Volodymyr Zelensky apresentou nesta quarta (14, horário local) a seus quase parceiros da Otan um projeto de futuras “garantias de segurança” para a Ucrânia após o término da operação militar especial da Rússia. O plano inclui a militarização massiva, bem como a intervenção de fiadores estrangeiros em caso de ataque ao país.
A resposta veio imediata, pela boca do vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev. Ele criticou duramente a proposta de Kiev, alertando que sua implementação se tornará um “prelúdio da Terceira Guerra Mundial”.
Medvedev disse que o projeto apresentado é basicamente igual a estender a proteção militar da Otan sobre a Ucrânia. Ele alertou que, se os membros do bloco não pararem de enviar mais armas para Kiev, o conflito pode atingir um nível diferente, tornar-se menos previsível e começar a envolver cada vez mais países.
“Assim, as [pessoas] dos países ocidentais não poderão se sentar em suas casas e apartamentos limpos, rindo de como enfraquecem a Rússia usando proxies. Tudo ao seu redor pegará fogo. Seus cidadãos terão seu quinhão de infortúnios. A terra literalmente queimará e o concreto derreterá ao redor deles”, alertou Medvedev.
Ao mesmo tempo, o ex-presidente russo admitiu que todos os países envolvidos, incluindo a Rússia, terão sua parcela de problemas.
Kiev quer que vários países atuem como fiadores para intervir militarmente se o país for “atacado” no futuro. O país também propôs manter a Rússia sob sanções ocidentais até que pague pela restauração da Ucrânia.
Além disso, o projeto proposto sugeria a militarização maciça da Ucrânia pelos países ocidentais. Estes já estão enviando dezenas de bilhões de dólares em armamentos para a Ucrânia desde o início da operação militar especial russa. O Kremlin exigiu que o Ocidente pare de armar a Ucrânia, enfatizando que isso apenas prolonga o conflito e encoraja Kiev a ignorar um fim pacífico para ele.