Consultado sobre a possibilidade de ocupar o Ministério da Fazenda, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles exigiu uma espécie de “porteira fechada” para aceitar a missão.
A condição apresentada por ele para assumir o posto, segundo relato de dois interlocutores, é a de ter carta branca para mudar até mesmo o comando do Ministério do Planejamento e do Banco Central, além de autonomia para mexer na Caixa Econômica Federal e no Banco do Brasil.
A sondagem informal a Meirelles foi feita pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, em público, nega a iniciativa. Lula desembarcou em Brasília para mais uma rodada de conversas políticas. O ex-presidente do Banco Central desmentiu qualquer convite “concreto” para a Fazenda.
Duas pessoas que conversaram com ele, porém, confirmaram à reportagem que Meirelles avalia como essencial ter liberdade para fazer mudanças na equipe econômica, caso venha a dirigir a Fazenda.
Irritada com o que chama de “boataria”, a presidente Dilma Rousseff ainda resiste em trocar Joaquim Levy por Meirelles. O máximo que ela admite é o “ajuste do ajuste”, ou seja, um “respiro” na dureza da política econômica, para injetar mais crédito na praça.
Dilma não gosta de Meirelles, com quem teve duros embates quando era chefe da Casa Civil, no governo Lula. Diante de tanto bombardeio, porém, a dúvida no mercado financeiro é por quanto tempo Levy vai aguentar.
Dirigentes do PT, senadores e deputados do partido querem a saída de Levy, mas a grande maioria não concorda com Lula na opção por Meirelles. O PT quer entregar a Fazenda para o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, considerado mais “desenvolvimentista”.