Muitas mulheres acima dos 60 anos acreditam que, pela idade, não precisam mais se consultar com um ginecologista. Isso é um engano. Algumas doenças, infelizmente, acometem normalmente mulheres acima desta faixa etária. É o caso do câncer de endométrio.
Segundo o colega Marcelo Simonsen, onco-ginecologista da Clínica da Mulher do Hospital 9 de Julho, esta doença se manifesta após a menopausa preferencialmente em mulheres que nunca engravidaram, de raça branca e obesas.
Fiquem atentas: os sintomas são sangramento após a menopausa, cólica e dor no baixo ventre. De acordo com o especialista, o sangramento vaginal após a menopausa ocorre por conta da atrofia do endométrio que, sem o estímulo dos hormônios, fica com o tecido fino, os vasos ficam mais expostos e propensos a sangrar.
Descobrindo a doença
Para diagnosticar a doença é preciso fazer um exame bem específico chamado histeroscopia, no qual o especialista passa uma câmera bem delicada por dentro do colo do útero e avalia o tecido e faz biópsia. Outra opção é a curetagem, uma espécie de raspagem da cavidade.
Tratamento
O tratamento consiste na retirada do útero, das tubas e dos ovários. Na maioria dos casos retiram-se também os linfonodos (gânglios) localizados na pelve ou parte de cima da barriga pois caso o tumor tenha se espalhado (metástases) esses gânglios são os locais de maior risco de disseminação. Dependendo da avaliação histológica, após biópsia, pode ser indicado tratamento complementar com radioterapia ou quimioterapia.
A boa notícia é que, se diagnosticada no começo, a doença tem grandes chances de tratamento. Minha recomendação e do meu colega Dr. Simonsen é fazer o acompanhamento periódico com um ginecologista. Mas fiquem alertas: qualquer sangramento após a menopausa deve ser investigado. Viva mais e melhor.