Há muitos mitos em torno da alimentação que se mantêm intactos com o passar do tempo, sendo transmitidos de uma geração para outra. O medo do colesterol é um deles. No post de hoje pretendo desfazer a imagem negativa desse nutriente que é essencial para a nossa saúde.
O organismo produz 70% do nosso colesterol e, assim como ocorre com todos os outros nutrientes, tanto a sua falta quanto o seu excesso podem atrapalhar o funcionamento do organismo. A natureza é sábia, portanto, se não nos fosse fundamental, o colesterol não precisaria ser produzido.
Suas funções são bastante variadas: é a principal matéria prima para a formação dos hormônios sexuais; é necessário para construir e manter as membranas celulares; regula a fluidez dessas membranas; é necessário para a fabricação da bílis, que ajuda na digestão das gorduras e é importante para o metabolismo das vitaminas lipossolúveis: A, D, E e K.
Ele é o principal responsável pela formação da vitamina D, que é fundamental para o metabolismo do cálcio, para o sistema imunológico e para a eficiência da insulina. Também tem papel fundamental na formação de vários hormônios esteróides, como o cortisol, a aldosterona os hormônios sexuais: progesterona, estrogênio, testosterona e derivados.
Quando eu cito todas essas funções do colesterol você pode pensar que eu estou me referindo ao HDL, considerado como bom colesterol. Mas também estou falando sobre as funções do LDL, chamado de mau colesterol, que também tem a sua importância para o nosso organismo.
O problema é quando ele aparece em alta quantidade, enquanto o HDL está mais baixo do que deveria. Dietas muito restritivas, que retiram da rotina alimentar todas as fontes de gordura, podem prejudicar todas as ações citadas acima, que são bastante importantes para o nosso funcionamento.
Na nossa alimentação há fontes de colesterol bom e de colesterol ruim, se tivermos uma ingestão suficiente das fontes mais seguras, o bom colesterol já irá nos prevenir contra os possíveis malefícios do excesso do mau colesterol, basta fazer escolhas melhores. Trouxe então alguns exemplos de fontes de colesterol bom e ruim para que você repense as suas.
Ovo
O ovo realmente possui colesterol na sua composição e ainda que ele interfira no aumento desta substância, trata-se do HDL, conhecido como bom colesterol. É claro que precisamos ficar atentos à forma como o ovo é preparado, não vale deixá-lo submerso no óleo de soja ou na manteiga ou acrescentar queijos ou creme de leite à omelete ou aos ovos mexidos, assim, o seu consumo estará ligado à substâncias alergênicas ou gordurosas. Na hora de fritá-lo, por exemplo, basta um fio de azeite de oliva. A proteína presente nos ovos é a mais completa de todas, mesmo considerando as de origem animal e ele também é rico em nutrientes.
Azeite de oliva
O produto é rico em ômega 9, uma gordura monoinsaturada, protetora do cérebro e do coração, antiinflamatória e que ainda auxilia na modulação do nosso sistema imunológico. É um ótimo substituto para os óleos vegetais. As frituras de imersão, por exemplo, podem ser substituídas pelas versões assadas, batatas, hambúrgueres (feitos em casa), filés de frango ou de peixe, nada disso precisa ser feito com imersão, todos podem ser levados ao forno e ficarão saborosos e saudáveis.
Abacate, peixes e sementes
Assim como o azeite, há outras fontes de gordura insaturada, (gordura boa) que devem entrar no seu cardápio diário: abacate, oleaginosas (castanhas, nozes, amêndoas, peixes, sementes de chia ou de linhaça. Ricos em ômega 3, esses alimentos também melhoram a relação entre as quantidades de bom e mau colesterol no organismo.
Amaranto
Apesar de ainda não ser muito popular entre os brasileiros esse grão, que começou a ser cultivado pelos astecas e por outras culturas indígenas 8.000 anos atrás, é bem importante para a saúde. Os fitoesteróis encontrados nos grão de amaranto são relacionados à redução dos níveis do mau colesterol e suas fibras ajudam a equilibrar os níveis de colesterol no sistema cardiovascular. Além disso, Os níveis de potássio encontrados no grão relaxam os vasos sanguíneos, reduzindo as chances de doença cardíaca ou coronária.
Camu camu
Encontrada nas regiões Norte e Nordeste, essa PANC, planta alimentícia não-convencional, é rica em potássio, sódio, cálcio, zinco, magnésio, cobre, flavonóides e antocianinas, que ajudam a reduzir possíveis inflamações. Pesquisas comprovam que o seu consumo frequente aumenta a nossa capacidade antioxidante, protegendo as nossas células. Ela também tem um papel importante na redução do triglicérides e do colesterol total e ainda colabora com a saúde do nosso fígado. Se não bastasse, possui altas doses de vitamina C, que fortalece o nosso sistema imunológico. Pode ser consumida na sua forma original ou em sucos, compotas ou geleias.
Gordura hidrogenada
Presente nos alimentos ultraprocessados a gordura hidrogenada pode ocupar o lugar das gorduras boas na membrana lipídica das nossas células, alterando a comunicação entre elas. Estas gorduras são essenciais para desempenhar funções como a modulação do sistema imunológico, do sistema nervoso central e periférico e também funcionam como anti-inflamatórios naturais. Quando o seu lugar é ocupado pelas trans estas funções são alteradas.
Aditivos químicos
O glutamato monossódico é um dos realçadores de sabor mais utilizados pela indústria alimentícia brasileira, está presente na maioria dos produtos salgados, nos biscoitos, no tempero do macarrão instantâneo, nas sopas de copo ou de saquinho, nos frangos temperados, em patês, embutidos e salgadinhos de trigo, milho ou batata, entre muito outros. O consumo excessivo desse e de outros aditivos químicos, associado ao baixo consumo de frutas, verduras e legumes, aumenta a produção de insulina pelo pâncreas, que pode levar à crises de hipoglicemia e, com o passar do tempo, esse aumento pode causar uma resistência à insulina, que pode desencadear doenças como diabetes tipo 2, obesidade, hipertensão, aumento do mau colesterol e alterações do triglicérides.