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Mistério da rua sem saída (II)*

Meninada ‘atira pau no gato’ e Virgulino some

Publicado

Autor/Imagem:
Eduardo Martínez - Foto Reprodução Ecooar.com

A criançada estava brincando na rua, numa sexta-feira já perto das dezenove horas, que é a mesma coisa que sete horas da noite. Só que era horário de verão, e o dia continuava claro.

Era um corre-corre para cá, um corre-corre para lá. A patota já havia brincado de pique-bandeira, que alguns chamam de bandeirinha. Também se divertiram muito jogando garrafão.

Hei, não pense você que jogar garrafão é sair atirando garrafas nos coleguinhas. Garrafão é o nome de uma brincadeira onde a gente desenha uma grande garrafa no chão. Aí, quem está dentro do garrafão só pode andar com um pé, a não ser que seja você que está tentando pegar seus amiguinhos. Quem está de fora pode usar os dois pés.

Bem, mas como eu ia dizendo, a galerinha já havia gastado muita energia em inúmeras brincadeiras divertidas. Então, a Gabriela, a tal menina mandona, chamou todos para brincar de show de calouros. Cada um tinha de cantar uma música, mas podia cantar em dupla, trio ou, até mesmo, todos juntos.

– Eu posso ser a primeira?, Jujuba perguntou.

– Tá bem. Depois vai ser a Mariana, disse Gabriela.

– Mas eu posso cantar com a minha irmã?, quis saber a Mariana.

– Claro que pode, Mariana, concordou a Gabriela.

– E eu não vou cantar? o Iago perguntou quase chorando.

– Claro que vai, Iago, todos responderam ao mesmo tempo.

Jujuba cantou “O trem maluco” e foi aplaudida por todos. Depois foi a vez das gêmeas cantarem “Cai, cai balão”. Outras crianças cantaram “Marcha soldado”, “Casa engraçada” e outras canções. Quando chegou a vez do Iago, ele não quis cantar sozinho e pediu para que todos cantassem juntos “Atirei o pau no gato”. Não pense você que eles maltratam os animais, mas apenas preferem a versão original àquela que diz “Não atirei o pau no gato”.

Quando terminaram de cantar “Atirei o pau no gato”, alguém, acho até que foi a Ana Maria, perguntou se uma das crianças tinha visto o Virgulino. Ninguém, mas ninguém mesmo soube responder. Pensando bem, a última vez que haviam visto o tal gatinho branco foi pela tarde do dia anterior. E acho que foi o Iago, isso mesmo, foi o Iago quando voltava da escola, que o viu pela última vez.

Gabriela imediatamente organizou duas turmas de busca. A primeira era formada por Jujuba, as gêmeas, Taís e Leila. A outra turma ficou sendo a Gabriela, Amanda, Iago e o Leo, que na verdade se chama Leonardo e é irmão da Leila.

A galera da primeira turma tinha de procurar embaixo dos carros; a outra procurou em cima das árvores. Procuraram, procuraram, procuraram… Puxa, mas como procuraram! E nada de acharem o Virgulino. Ainda estavam procurando quando a mãe da Leila e do Leo os chamaram.

– Leila! Leo! Já tá tarde! Vamos entrando!

Logo em seguida foi a vez da avó do Iago mandar ele entrar. E as mães, pais e outras pessoas da família foram chamando a criançada para entrar. E todos foram se despedindo dos coleguinhas e entraram para as suas respectivas casas. E nada do Virgulino.

*Por problemas técnicos, o Capítulo II foi adiado para esta terça. Na quarta, 21, teremos a terceira parte

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