Curta nossa página


Garoto-picolé

Menino Deus, uma das minhas Itabiras friorentas

Publicado

Autor/Imagem:
Eduardo Martínez - Foto Irene Araújo

Não é raro meus companheiros de Notibras, especialmente o José Seabra, o Wenceslau Araújo, o André Montanha e o Mathuzalém Júnior, me questionarem como é que consigo morar em Porto Alegre, já que sou extremamente friorento. Eles têm razão, pois guardo uma frase na ponta da língua sobre isso: Quem gosta de frio é pinguim e picolé!

Faz frio por aqui? Muito!!! Entretanto, quando faz calor, lembra muito os verões cariocas, pelos quais meu corpo clama a todo instante, apesar das reclamações da minha mulher. Pois é, parece que a antes friorenta Dona Irene está cada dia mais gaúcha. Mas, caso ela leia o que estou escrevendo, é certo que logo vai dar uma caprichada naquele delicioso sotaque piauiense com pitadas de Maranhão.

Ah, Porto Alegre é a cidade para todos os gostos. Calma, explico! Se você prefere verão a inverno ou deseja que logo chegue a primavera ou, vá lá, é do tipo que só é feliz nos outonos, não se preocupe. Por aqui, todas essas estações acontecem com intervalos de 15 minutos entre uma e outra. Então, basta esperar.

Para falar a verdade, a capital do Rio Grande do Sul é uma das melhores cidades que conheço. Há locais maravilhosos por aqui, mas nenhum, aos meus olhos, é mais encantador do que o Menino Deus, o bairro onde moro. Adoro passear pelas suas calçadas largas e, do nada, surge um indivíduo e puxa papo. Esse é o modo gaúcho de ser.

Também é comum alguém me peguntar se eu me sinto completamente feliz aqui. Completamente é uma palavra muito extensa. Mas deixemos os pudores de lado. Falta uma praia no Menino Deus. Pois bem, se é para falar a verdade, que baixem um decreto e tragam Copacabana inteirinha para cá. Somente assim, terei as minhas duas Itabiras juntinhas e misturadas.

Algo que tem me interessado ultimamente é o chimarrão. Aliás, mate. O povo daqui parece que não fala muito chimarrão. Quando muito, um chima e olhe lá. Até evito falar chimarrão para não ser descoberto como forasteiro, se bem que basta eu pedir um pastel para ser identificado como tal.

Um amigo que fiz por aqui, o Marcio Petracco, tem sido meu conselheiro no assunto. Ele me dá umas dicas legais, mas que nem sempre conseguem evitar que a minha bomba entupa. Bomba? O Marcio me disse para usar camisinha da próxima vez. Camisinha? Talvez esses nomes sejam incomuns para você que está me lendo, mas não se preocupe, já que são apetrechos utilizados na degustação da erva. Erva?

Deixemos de lado o porongo e vamos nos ater ao churrasco. Aliás, churrasco é uma palavra dita pelos estados mais acima. Por aqui, é assado. Vazio ou a tradicional costela, não tem como dar ruim. Até eu, acostumado com as massas por questões familiares, já aumentei meu consumo de carne em 300%. E, logo constatei, o gaúcho entende mesmo do assunto.

Bem que eu poderia escrever o dia inteiro sobre Porto Alegre, mas preciso sair. É que o Chengulo, o meu cusco, está cutucando meu calcanhar. Então, vou lá dar uma volta pelo Menino Deus, o mais tradicional bairro de Porto Alegre. Até a próxima!

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2024 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.