Foi acordado aos solavancos,
aos gritos, assustado pegou
o seu rumo e a gamela de carregar
água.
Trôpego de sono, bateu a porta
e saiu. Caminhou, caminhou
e em longo percurso, por fim
chegou no chafariz da praça.
Destino de menino escravo,
as pernas inchadas aos ferros
trancafiadas, chorava dias seguidos
olhos em lágrimas, ninguém o
acudia.
Menino infeliz, maltratado pelo
seu dono, se um dono podia
em Regime Escravo, Infâmia
Atroz.
Franzino, mal alimentado
carregava as dores da má sorte.
Ao sol à pino, suportava o peso
da gamela cheia de água
para abastecer a casa do Senhor.
Exausto deitou à sombra
do chafariz e dormiu.
A borboleta azul pousou em seu
cabelo, chamado, em desprezo, de pixaim.
Um vulto feliz de menina
dançava em torno de si.
Ele sorriu….