Enquanto houver esperança todos os nossos sonhos serão como uma chama viva ardendo no peito. Enfrentaremos conflitos, guerras de nervos, tiroteios de mentiras, ameaças contra a democracia e ataques cada vez mais levianos às instituições que defendem a liberdade do povo. Estejamos preparados, pois o vale tudo já começou. A pouco mais de um ano da campanha presidencial de 2022, candidatos e candidatos começam a expor com clareza seus desejos de consumo, aspirações e, sobretudo, fixações. Uns saem das sombras e se mostram com todas as suas opções; outros insistem em afirmar que são o que nunca foram; e alguns ressurgem das cinzas e aparecem como salvadores de uma pátria isolada do mundo e ainda sem saber para onde ir depois de enterrar todas as suas vítimas da Covid.
Também há os aventureiros que se lançam à empreitada para sugar a viúva e ganhar algum por fora. Uma nova categoria nessa busca insana pelo poder está instalada entre nós faz dois anos e meio. É o grupo da mentira como meio para atingir o fim. Esquecem que mentiras são como bombas-relógio: uma hora ou outra explodem. Mais feio ainda é mentir para quem já sabe da verdade. Por isso, adiro sempre àquele mundo pleno de aparências, mas que permite a felicidade aos que são feitos de verdade. A verdade é que algumas pessoas merecem um grande aplauso pelo teatro que fazem. Esse preâmbulo filosófico é para justificar minha narrativa de hoje. Objetivando enriquecer meus conhecimentos, diariamente leio os principais analistas, colunistas e articulistas políticos do país.
Além da informação e da necessidade de aprender coisas novas, busco caminhos alternativos para meus simplórios escritos. Entre jornais impressos, sites e blogs descobri que não estou sozinho nas elocubrações políticas desses últimos dias. Como eu, a maioria desses profissionais de imprensa concluiu que há algo de muito mais pobre e podre no reino da Dinamarca do que um simples soluço que evoluiu para uma obstrução intestinal. Longe de mim afirmar que o súbito mal foi um blefe. No entanto, nada me impede de avaliar a divulgação das imagens da transferência e chegada de nossa autoridade máxima a um hospital como representativas da preocupação de um ex-potencial candidato à reeleição.
Digo isso porque ele, que diz prezar a imagem e odiar jornalistas, fez questão de posar em macas com metade do corpo nu e sorrindo como se estivesse em campanha. E está. Engrosso o coro de todos os que acreditam que a assertiva da precaução da intubação foi milimetricamente planejada para o devido cumprimento cívico, populista e sonhador de um postulante presidencial que há meses patina nas pesquisas de intenção de votos. Realmente foi a oportunidade a ser aproveitada ou “a farsa que precedeu a tragédia”. Infelizmente, tudo isso faz parte do sujo jogo político que se avizinha e promete ser um dos mais perigosos dos últimos tempos.
É a sede do poder, a mentira nossa de cada dia. No português cristalino do domínio, podemos dizer que, apesar dos perrengues, das críticas e dos cabelos brancos, ninguém quer lagar o osso. Vale tudo para mantê-lo, inclusive perder a dignidade para sustentá-lo. Venha quem vier, aos mortais resta a promessa que veio da pessoa mais confiável do mundo. O nome dele é Deus. Ele vai virar essa página e os próximos capítulos serão melhores. Acreditem.