Uma comitiva do Mercosul visitou a Associação de Agricultores Familiares da Eco do Assentamento 15 de Agosto (Afeca). Acompanhados do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, e do presidente da Emater-DF, Cleison Duval, representantes da Argentina, Chile, Colômbia, México, Paraguai, Peru e Uruguai também foram a uma escola pública que recebe alimentos da agricultura familiar em São Sebastião.
Durante o encontro, Cleison Duval explicou o funcionamento da Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) prestada aos produtores. “A Emater dá assistência técnica desde o planejamento do que plantar e como plantar, até a comercialização e inserção nos programas de compras e no mercado. Existe um trabalho enorme da extensão rural por trás disso. A Emater-DF tem um papel fundamental no funcionamento dessa cadeia. A extensão rural está presente em todas as fases do processo”, destacou. O secretário executivo da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri), Rafael Bueno, também falou sobre o funcionamento das compras governamentais e a dinâmica entre os órgãos envolvidos nos chamamentos públicos.
Para o ministro Wellington Dias, o desafio é garantir uma integração ainda maior entre os produtores e consumidores para combater a fome, reduzir a desnutrição e ofertar uma alimentação saudável. A visita ao assentamento, na visão de Dias, é um exemplo que pode ser replicado. “A Afeca recebe assistência técnica dos governos federal e distrital, integrados. A produção é comprada via PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e vai para quem precisa de complemento alimentar. Ela é comprada pela área da educação e se transforma em alimentação escolar. Com isso, a gente também melhora a renda dos agricultores porque não tem atravessador, a compra é direta”, detalhou o ministro.
A presidente da Afeca, a produtora Michelly Ornelas, ressaltou a importância desses programas para os produtores da agricultura familiar: “Todas as compras governamentais são muito importantes porque garantem a compra do alimento do produtor. Nós podemos produzir porque temos a garantia, a certeza de que vamos escoar toda a nossa produção. Acho que é o melhor sistema que existe.”
A gerente da Emater em São Sebastião, Maíra Andrade, explicou que o 15 de Agosto, atualmente, conta com 54 famílias. De acordo com ela, o assentamento é referência na produção de alimentos orgânicos e fez, neste ano, a primeira entrega orgânica para o Programa Nacional de Alimentação Escolar. A Secretaria de Educação lançou edital exclusivo para entrega de alimentos orgânicos no valor de mais de R$ 20 milhões.
Miguel Tadeo Rojas, ministro do Desenvolvimento Social do Paraguai, destacou a integração entre os agentes públicos na dinâmica de funcionamento do PAA. “Para mim, é algo muito interessante, fundamentalmente porque estou encontrando uma integração de vários dirigentes de Estado para ajudar as pessoas a manterem a agricultura familiar, que se converte em produtos para a merenda escolar e outras instituições. A missão é reduzir a pobreza”, comentou.
Para ter a dimensão do impacto do PAA, a visita técnica passou pela outra ponta que liga essa cadeia de garantia de renda e segurança alimentar e nutricional. No Centro de Educação Infantil 03, também na região de São Sebastião, o grupo pôde conhecer a escola da rede pública beneficiada pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e que recebe a produção do Assentamento 15 de Agosto.
A diretora da escola, Vanda Aparecida de Aguiar, considerou a visita emocionante e gratificante. Para ela, é primordial ver como o alimento chega da horta, por meio do PNAE, e como ele é utilizado. “Com esse alimento saudável, os pais nos comunicam que as crianças passam a se alimentam mais”, comemora.
“Estou muito feliz por ter visitado a escola em São Sebastião e o Assentamento 15 de Agosto. Foi muito interessante ver como se concatena ações em nível federal, estadual e municipal para assegurar a alimentação das crianças. Soubemos que nessa escola, quase 100% já é de alimentos da agricultura familiar”, avaliou Francisca Gallegos, subsecretária de serviço social do Ministério de Desenvolvimento Social e Família do Chile.