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Merkel diz à China que não se pode confiar em Trump

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, manteve sua avaliação de que a Europa não pode confiar mais inteiramente nos Estados Unidos. Ainda segundo ela, a Alemanha e a China podem trabalhar juntas para ajudar a controlar problemas mundiais.

Merkel é a anfitriã da cúpula do G-20 na sexta-feira e no sábado em Hamburgo. A reunião deve abarcar uma combinação desafiadora de líderes mundiais, com a presença do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o da Rússia, Vladimir Putin, e o da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.

Ao receber o presidente da China, Xi Jinping, nesta quarta-feira em Berlim, Merkel disse que a reunião anterior ao G-20 da dupla era “uma boa oportunidade para expandir e disseminar nossas relações estratégicas extensivas”.

“É um grande prazer para nós receber você hoje, em um momento de turbulência no mundo, quando a China e a Alemanha podem fazer uma contribuição para acalmar um pouco essa turbulência”, afirmou Merkel, sem dar detalhes.

O G-20 ocorre em um momento de desagrado na Europa sobre a plataforma “EUA em primeiro lugar” de Trump no comércio e em outras questões. Após a primeira reunião com Trump no fim de maio, Merkel disse: “As épocas em que nós podíamos confiar totalmente nos outros estão um tanto encerradas, como eu pude ver nos últimos dias.”

Questionada pelo semanário Die Zeit se repetiria a declaração, Merkel disse: “Sim, exatamente daquela maneira.”

A chanceler alemã disse que está em aberto se os EUA investirão tanto quanto têm feito até agora na Organização das Nações Unidas, na política do Oriente Médio, na política de segurança europeia ou em missões de paz na África. Ao mesmo tempo, Merkel ponderou que não há obrigação legal de que os americanos se comprometam em todas as partes do mundo.

Merkel reiterou ainda que a decisão do governo Trump de se retirar do Acordo de Paris foi “extraordinariamente lamentável” e notou que muitos Estados e cidades americanos querem continuar a participar. A chanceler disse que a Alemanha busca chances de cooperar nas quais todos se beneficiam, mas “a globalização na administração americana é vista como um processo em que não há situações em que todos vencem, mas sim vencedores e perdedores”.

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