Os conservadores ligados à chanceler da Alemanha, Angela Merkel, chegaram nesta quarta-feira a um acordo para formar uma nova coalizão de governo com o principal partido de centro-esquerda do país, o Social-Democrata (SPD, na sigla em alemão), após uma sessão final de negociações que se arrastou por 24 horas. A informação foi divulgada pela agência de notícias local DPA e confirmada por outros meios.
A partir de fontes não identificadas do partido, a agência reportou que a União Democrata Cristã (CDU), de Merkel, seu partido aliado na Baviera, a União Social Cristã (CSU) e o SPD acertaram os detalhes finais do acordo, após conseguirem decidir quais ministérios devem caber a quem. Segundo a DPA, os social-democratas comandarão as pastas das Relações Exteriores, do Trabalho e das Finanças. O Ministério das Finanças era detido pela CDU nos últimos oito anos.
O acordo deve ainda ser referendado pelos mais de 460 mil membros do SPD, em um processo que deve levar algumas semanas. Muitos membros da sigla mostram-se céticos, após o partido registrar um desempenho ruim na última eleição, que se seguiu a quatro anos de uma grande coalizão entre o SPD e os conservadores de Merkel.
Caso não se chegasse a um acordo ou ainda se os membros do SPD rejeitarem a ideia, isso deixaria Merkel com duas opções: encabeçar um governo minoritário ou enfrentar uma nova eleição.
A tentativa de Merkel de formar um governo com dois partidos menores fracassou em novembro. O líder do SPD, Martin Schulz, que inicialmente descartou renovar a coalizão com Merkel, depois mudou de ideia e passou a negociar com os conservadores.