Um estudo feito nesta semana pelo metrô-DF mapeou os casos de Covid-19 entre os metroviários desde o início da pandemia até 2 de julho. A análise dos dados, com base nos atestados homologados, mostra que a grande maioria dos empregados afastados por suspeita de coronavírus testou negativo e que os casos positivos estão pulverizados entre os diversos postos de trabalho. Não há pontos focais de contágio da doença no sistema e não ocorreu nenhum óbito.
O metrô tem atualmente 110 empregados afastados por estarem enquadrados em grupo de risco, 334 empregados estão em teletrabalho e 752 em trabalho presencial, fundamental para manter o sistema operando com plena capacidade. Em termos percentuais, pelo menos 40% da força de trabalho está em trabalho remoto ou afastada preventivamente.
O levantamento revela que 220 empregados, sendo 200 das áreas operacionais e 20 em atividades administrativas, homologaram atestados por suspeita de contaminação pela Covid-19 ou por terem declarado contato com pessoa infectada, solicitando o afastamento de suas atividades. Desse total, foram confirmados apenas 44 casos de contaminação pelo vírus.
“O resultado desse estudo revela que os nossos esforços de prevenção desde o início da pandemia foram extremamente bem-sucedidos”, afirma o presidente do Metrô-DF, Handerson Cabral.
Distribuição dos casos
Dos 44 com diagnóstico positivo, cinco estão em trabalho remoto a partir de suas próprias casas, outros cinco são lotados em unidades administrativas em que não há contato com usuários do metrô. Os demais 34 casos registrados foram identificados em postos de trabalho ao longo da linha, sem grande concentração por local. Em 2 de julho, apenas 10 permaneciam afastados de suas atividades. A atualização dos casos é semanal.
O maior número de casos registrados foi de empregados com postos de trabalho na Estação Ceilândia Centro (CEC): cinco. Seguido das estações Central, Águas Claras e Samambaia, com três ocorrências cada. Com dois diagnósticos positivos, estão as estações Concessionárias, Asa Sul, 112 Sul, Terminal Ceilândia e Park Shopping. Apenas um caso foi registrado nas estações: Galeria, 102 Sul, 108 Sul, 114 Sul, Ceilândia Sul, Ceilândia Norte, Guariroba, Furnas, Praça do Relógio e Samambaia Sul.
O cruzamento dos dados entre os atestados homologados e os casos confirmados positivos, mostra que não necessariamente os empregados afastados por suspeitas de contaminação tiveram eventual contato com o vírus em seu local de trabalho.
Na estação Arniqueiras, em Águas Claras, houve 10 atestados com pedido de afastamento de empregado, porém não foi registrado nenhum caso positivo neste posto de trabalho. Nas estações Feira, Guará, Metropolitana, Estrada Parque e Taguatinga Sul, houve 16 pedidos de afastamento no total, mas não houve confirmação de casos em nenhuma dessas estações.
Também em junho o metrô-DF aplicou 353 testes rápidos, cedidos pela Secretaria de Saúde. Foram testados 46% do total de empregados em trabalho presencial, tendo sido identificados apenas cinco testes positivos, o que representa um percentual de menos de 1,5% dos empregados testados. Neste caso, os empregados foram afastados preventivamente e orientados a refazer o exame e a buscar orientação médica.
Medidas eficazes
Para o presidente do metrô, a análise dos dados mostra que o número de casos de Covid-19 no sistema está sob controle. “A pandemia é um desafio para todos os gestores de transporte de alta capacidade do mundo. Manter o sistema funcionando com 100% de sua capacidade, apesar da redução drástica no número de usuários, e investir pesado na limpeza e desinfecção de trens e estações, foram decisões acertadas. Continuaremos com o propósito de garantir essa segurança para usuários e empregados da companhia.”
No próximo dia 11, a declaração de pandemia decorrente do novo coronavírus pela Organização Mundial de Saúde (OMS) completa quatro meses. Manter o número de trens e de viagens na mesma quantidade é uma eficiente estratégia de prevenção, pois proporciona mais distanciamento e evita aglomerações, fatores extremamente positivos para evitar a disseminação do vírus.
Desde o início da pandemia, o metrô adotou uma série de medidas, incluindo a criação de um Grupo de Trabalho Especial, formado por integrantes de todas as diretorias, das CIPAs, do Sindimetrô e da Asmetrô, para analisar o cenário de evolução da doença e propor medidas à diretoria colegiada.
Logo no começo, passou a circular com as janelas basculantes abertas e reforçou a limpeza dos trens e das estações, que passou a ser feita com álcool 70% e o peróxido de hidrogênio. Além da limpeza geral, durante a madrugada, há reforço a cada 30 ou 40 minutos nos bloqueios e nos balcões das bilheterias. Nos trens, o reforço é feito a cada viagem completa, na chegada ao terminal. Além disso, há o processo de desinfecção com o quaternário de amônio, feito uma vez por semana em cada estação, em todos os trens e nas unidades administrativas e operacionais do metrô. Nesta semana, começa o 11º ciclo de desinfecção.
A companhia adotou teletrabalho para áreas administrativas, afastou empregados da operação em grupo de risco, bem como os que manifestaram sintomas de Covid-19. Também distribuiu máscaras para empregados e, em ação conjunta com o GDF, para a população do Distrito Federal. Os empregados receberam ainda outros equipamentos de proteção para atuar em emergências.
A população é orientada pelo sistema de som das estações e trens a seguir as recomendações das autoridades sanitárias. Com o retorno gradual das atividades do Distrito Federal, o Metrô-DF estuda medidas complementares, como medição de temperatura, tapetes de sanitização e instalação de dispensers de álcool gel. O Metrô-DF conta com o apoio da população, que deve adotar todas as medidas individuais de proteção.