O amarelo dava o tom do Estádio Castelão, mas os setores em vermelho e verde foram mais intensos e voltaram para o centro de Fortaleza em festa pelo empate na casa do inimigo. Ou quase isso. Os mais de 10 mil mexicanos presentes fizeram barulho, abafaram a maioria brasileira em grande parte do duelo e saíram com um herói: o goleiro Guillermo Ochoa, autor de quatro defesas que garantiram o 0 a 0 no placar e ganhador do prêmio de melhor do jogo.
A primeira delas, ainda no primeiro tempo, foi a mais impressionante. Neymar cabeceou forte, à queima-roupa, e Ochoa se esticou para pegar a bola no canto direito. Na última, nos minutos finais, mostrou reflexo para defender cabeçada forte de Thiago Silva.
Não foi à toa que a torcida mexicana gritou, depois do lance, “portero”, palavra que em espanhol significa goleiro. O nome pode não ter sido gritado pela arquibancada, mas os companheiros cumprimentaram um a um Ochoa pela tarde inspirada em Fortaleza.
Cumprindo todas as premissas do técnico Miguel Herrera para a partida, o México conseguiu ter bastante a bola no pé, sufocou o Brasil com marcação e ainda atacou com frequência. A boa atuação contribuiu para a sintonia que fez os mexicanos transformarem o Castelão em vários momentos no Estádio Azteca.
Dos 60.342 torcedores noe estádio, mais de 10 mil eram mexicanos. A organização chegou a anunciar 8 mil com antecedência, mas muitos conseguiram bilhetes de última hora e aumentaram o volume das arquibancadas.
A torcida brasileira tentou abafar os gritos por alguns momentos, ensaiou sem sucesso
“Sou brasileiro com muito orgulho” e teve como participação mais bonita a Hino Nacional mais uma vez executado “à capela”. Mas quando a bola rolou, assim como o time ficou devendo, a torcida não conseguiu se transformar em 12º jogador.