De Portugal e da Holanda vem a tradição de fazer literatura popular pendurada em cordéis. Como um varal, no Nordeste brasileiro a tradição tem até academia de letras.
São muitos nomes ilustres que perpetuaram a tradição, entre eles, Leandro Gomes de Barros. Em seu acervo, no cordel A Filha do Pescador, uma estrofe chama a atenção:
…“ Ele era um pescador
Pelas onças respeitado
Os tigres corriam dele
O lobo torcia a um lado
Onde ouviam o grito dele
Ficava tudo assombrado”…
Êh… GDF refém. Poeta, jornalista e polícia – no jargão do submundo a ortografia manda escrever polissa – Miguel Lucena, paraibano nascido em Princesa do Agreste, delegado, lotado na Delegacia do Lago Sul pela segunda vez, ex-presidente da Codeplan e recentemente responsável pela inteligência do gabinete de Rodrigo Rollemberg, foi acusado de gravar a reunião por orientação de Hélio Doyle, do governador com os deputados distritais. Foram exonerados.
Para quem quiser saber melhor quem é Miguel Lucena, anote: um acadêmico capaz de fruir erudição em qualquer mesa de bar, alçado por Agnelo Queiroz para o governo e desprezado por ele. Aprovado entre os primeiros concursados para a PCDF, é bom atirador. Vencido pela corporação liderada pelo grupo S.A. e na condição de delegado, não vai poupar bandidos em sua função de homem da lei. Especialmente no Lago Sul, onde charutos são levados às cinzas.
A exoneração de Miguel Lucena acaba de ser publicada no Diário Oficial, mas desde o último dia 23 ele vinha anunciando pelas redes sociais que em poucos dias estaria de volta à Polícia Civil, onde exerce a carreira de delegado, classe especial.
Em conversa com Notibras, ele lembrou que antes de aceitar o convite de Hélio Doyle para trabalhar na Casa Civil, já era delegado-chefe da 10ª DP.
“Não estava infiltrado em nada. Sou servidor público de carreira, tenho ficha limpa. Também sou jornalista há 31 anos. Estudei em boas universidades, passei entre os seis primeiros colocados no concurso para delegado. Nunca precisei de liminar nem de diploma Walita, obtido em faculdades de amigos, como alguns que mantêm blog condominial para atacar desafetos e destilar os venenos das frustrações”, desabafou Lucena.
– A Polícia Civil está apurando a autoria das gravações. A sociedade terá conhecimento dos interesses que estão por trás de toda a campanha de desgaste político que foi realizada contra o jornalista Hélio Doyle: terras, medicamentos, intermediações financeiras e lixo, disfarçados em cachoeiras de pai-nossos e salve-rainhas, afirmou.
Registrada a posição de Miguel Lucena, e respeitadas confidências feitas nos corredores do Poder, o que se vislumbra é o fechamento de portais, levando incautas estrelas da imprensa aliciadas por meia dúzia de garoupas aos maus costumes pela mesma corporação S.A. Uma vergonha que virá para esses profissionais sempre ilibados, mais cedo do que eles imaginam. Uma nova aquisição entrou no campo da publicidade, mas erraram no que era necessário para a sobrevivência.
O recém comandado não é do ramo, apenas frequenta o ramo. Aliás, como todos os agregados que levitam sobre o espólio de Rollemberg, o ingênuo (?), são todos neófitos profissionais e mestrados em práticas pouco republicanas. É só pesquisar a Caixa de Pandora.
Miguel Lucena, o comedido que blindou, por meio de negociações, personalidades como Agnelo Queiroz e Rafael Barbosa, para que eles apresentassem suas defesas e versões, foi traído por íntimas convicções e para esse ato falho não há remédios. Só lamentos.
Parafraseando Mino Pedrosa, é “pau no gato”. Rodrigo Rollemberg é prato cheio para os cordéis dos mestres Apolônio Alves dos Santos, Firmino Teixeira do Amaral, João Martins de Athayde e de tantos outros poetas que simploriamente perceberam tudo o que está acontecendo em um país de tantos Sarney, Lula, Zé Dirceu e S.A.
Parece uma doença, que um único Moro não será capaz de conter. Se a analogia farmacêutica for utilizada para fórmulas práticas no campo da governança, então a vida de Rollemberg pode ter data para vencer.
Estão chegando a redação de Notibras informações muito contagiantes sobre temas lembrados por Miguel Lucena, como Terracap, medicamentos, mercado financeiro, serviço de limpeza urbana… Antes de publicar, claro, os documentos serão entregues ao Ministério Público. Notibras deseja boa sorte a Rodrigo Rollemberg, aos seus parceiros S.A., Joe Valle, Alexandre Navarro e outros que tanto desprezam a verdade.
Mas, atenção, porque S.A. não controla tudo tanto quanto vende para os incautos. É como se diz por aí, que quem viver verá.
Kleber Ferriche – Colaborou José Seabra