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Clone defeituoso

Milei vai tirar cereja do bolo e azeitona da empada de hermano

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Autor/Imagem:
Arimathéia Martins - Foto Divulgação/Reprodução ABr

Na data em que os brasileiros, com muito orgulho, comemoram o Dia da Consciência Negra, boa parte dos hermanos argentinos não têm o que celebrar, principalmente aqueles para os quais o povo do Brasil é escravo e até “macaco”. Com toda a adjetivação pejorativa e invejosa, conseguimos recuperar rapidamente a consciência eleitoral, perdida temporariamente ao elegermos um déspota sem qualquer conhecimento político. Sábios, supostamente aculturados e falsos europeus, nossos vizinhos do Prata não aprenderam nada com a desgraça alheia. Mesmo conhecendo as mazelas vividas pelo Brasil ao longo dos quatro anos do governo de Jair Messias, elegem um similar da baboseira. Escolheram mal e certamente viverão pior do que vivem.

A partir desta segunda (20), os argentinos que preferiram acreditar no azar terão de dividir com El Loco Javier Milei a tarefa de dar certezas e transmitir garantias sobre o funcionamento social, político e econômico de uma nação em frangalhos. Diante de tanta desqualificação, resta aos brasileiros acreditar que o presidente eleito da Argentina não cumpra o que prometeu em relação a Luiz Inácio. Uma coisa é o ultraliberal Milei, durante a campanha, chamar Lula de “corrupto” e dizer que não o encontrará. Outra coisa é fazer valer o que está escrito. A sorte está lançada. Realmente é uma derrota para a região.

Lula não ligou para Milei. Deixou a tarefa para o oportunista Jair Bolsonaro, que, mais do que parabenizar o aliado ideológico, disse que “a esperança voltou a brilhar”. De quem cara pálida? Os bolsonaristas estão em festas como estiveram durante todo o período da pandemia, quando o Brasil, por conta de uma gripezinha sem importância, enterrou mais de 700 mil verdadeiros patriotas. Coitados dos argentinos que terão de passar pelo mesmo perrengue que passamos de 2018 a 2022. Quem sabe, Bolsonaro não vira ministro do Golpe de El Loco.

“Anarcocapitalista” e outsider na política, Javier Milei prometeu dolarizar a economia local, fechar o Banco Central, facilitar a posse de armas de fogo para a população e abandonar o Mercosul. Não acredito em uma palavra do maluquete portenho, principalmente porque, se assim agir, decretará o fim prematuro de um país que já teve seus dias de glória. Aliás, a coincidência com o similar brasileiro não é mera semelhança. É fato, além da certeza de um fracasso anunciado. O caminho escolhido foi o pior possível.

Caso os argentinos consigam sobreviver aos loucos quatro anos que virão, verão que, com muita coragem, os escravos de cá ganharam na marra a carta de alforria e ainda alijaram da vida pública um arremedo de político. Sinceramente, temo pelo futuro da Argentina. A expectativa é que, como cá, lá os covardes, aventureiros e falsos profetas deverão ter o mesmo fim: a masmorra. Esperemos para ver. Até lá, que venha 2024, quando comemoraremos mais uma Libertadores, a sexta consecutiva, duas delas contra clubes argentinos.

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