Silvio Assis, que passou por empresário do ramo jornalístico e deixou um rombo no mercado da capital da República, dando calote, inclusive, em notáveis jornalistas contratados a peso de ouro para o extinto site Fatosonline, foi o verdadeiro destinatário do dinheiro (um milhão de reais) que o coronel Jorge Eduardo Naime teria transportado de São Paulo para Brasília, em 2021, usando a estrutura da Polícia Militar do Distrito Federal.
As notas de 100 reais, também conhecidas como garoupas, saíram dos cofres de Sérgio Assis, que é irmão e ‘laranja’ de Sílvio. O coronel Naime está preso, acusado de fazer corpo mole e permitir que os terroristas depredassem as sedes do Congresso Nacional, do Supremo e do Palácio do Planalto, no dia 8 de janeiro. Já Sílvio, que teve relações próximas com a hoje vice-governadora Celina Leão (PP) entre 2014 e 2018, e o então governador Rodrigo Rollemberg (PSB), continua circulando livremente em gabinetes da Esplanada dos Ministérios e do Congresso Nacional.
Contra Sílvio Assis tramitam em diferentes varas do Judiciário mais de 120 ações, consequência de inúmeros atos criminosos. Na CPMI dos Atos Golpistas, senadores e deputados avaliam a possibilidade de convocarem Silvio e seu irmão Sérgio, para prestarem depoimento. Muita gente quer saber como uma semente podre de laranja saiu do Amapá, germinou em Brasília e espalhou-se como um laranjal em diferentes centros do poder do eixo Rio-Brasília-São Paulo.