Marta Nobre
O presidente Michel Temer assinou decreto emergencial, publicado em edição extra do Diário Oficial da União, autorizando o emprego das Forças Armadas “para a garantia da Lei e da Ordem no Distrito Federal”. O texto autoriza o uso das forças militares até o dia 31 de maio.
A ocupação das ruas por forças federais foi um pedido do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A preocupação é com a proteção dos prédios da Esplanada dos Ministérios.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, informou, em breve pronunciamento, que tropas estão posicionadas no Palácio do Planalto e no Itamaraty. Segundo o ministro, mais homens se deslocaram para proteger também o Congresso Nacional.
De acordo com Jungmann, a medida foi necessária porque a marcha Ocupa Brasília, “prevista como pacífica, degringolou para a violência, desrespeito, ameaça às pessoas”.
Desde o início da tarde, manifestantes protestam na Esplanada contra as reformas, pedem a saída de Temer e eleições diretas no país. A manifestação, chamada Ocupa Brasília, foi convocada por centrais sindicais.
Parte dos manifestantes tentou furar o bloqueio feito pela Polícia Militar para isolar o gramado em frente ao Congresso Nacional. Com isso, os policiais atiraram bombas de efeito moral para dispersar. Teve início um tumulto e um grupo de manifestantes, usando máscaras ou cobrindo o rosto, começou a quebrar vidraças dos ministérios, orelhões, paradas de ônibus e banheiros químicos.
Alguns ministérios, como o da Fazenda, foram evacuados e os funcionários tiveram de deixar o prédio.
Em São Paulo, o comandante do Exército Brasileiro, general Eduardo da Costa Villas Bôas, informou que Temer pediu o emprego das Forças Armadas onde houve ataques e incêndios provocados por manifestantes.
Villas Bôas disse que o Exército pode ser empregado nessas questões, mas nunca desrespeitando os limites constitucionais.
O comandante afirmou ainda que as Forças Armadas devem respeitar as instituições e que elas são importantes para o País sair “desse imbróglio que nós estamos metidos”.