O presidente da CPI, Omar Aziz, tem dado inúmeras declarações ameaçando o general Pazzuelo de prisão no seu próximo depoimento, por supostas mentiras na CPI, engrossadas pelas do vice-presidente Randolfe Rodrigues e do relator Renan Calheiros.
A partir do seu comparecimento às manifestações do Rio de Janeiro, as críticas se agravaram, criando um ambiente crescente de tensão em torno da punibilidade do general, maldosamente explorado pela mídia para desgastar as relações entre o Presidente e as FFAA.
Paralelo a isso, os atores que atuam nesse processo de destruição do País não param de criar factoides que são levados às últimas consequências políticas e jurídicas para obterem a desestabilização do governo.
Estando hoje esse hediondo processo de destruição do Brasil comandado pela mais alta Corte da justiça, só existem duas formas para interromper essa escalada: uma reação dos poucos parlamentares ainda compromissados com seu papel de representantes do povo ou a intervenção das Forças Armadas, como poder moderador, sob a autoridade suprema do Presidente da República, para garantir a harmonia dos Poderes constitucionais, segundo a interpretação dada ao Art. 142 da Constituição Federal, por muitos renomados juristas verde e amarelo.
É comum fazer-se um paralelo da situação atual com o movimento nacionalista de 1964 e argumentar que naquela ocasião o povo, a igreja, a imprensa, o empresariado e parte da classe política foram os verdadeiros promotores da revolução e as Forças Armadas apenas consolidaram os anseios da sociedade.
Nada diferente da conjuntura de hoje.
Na campanha para o retorno ao social comunismo estão presentes muitos dos atores daquela época, seus descendentes ou autoridades por eles infiltrados no sistema para garantir a manutenção do poder.
Do nosso lado, os setores da sociedade que atuaram em 1964 comungam daqueles mesmos anseios de erradicar a corrupção e afastar o perigo do comunismo.
O povo vai às ruas aos milhões, a pé, de carro, de moto ou de caminhão, desde o momento em que percebeu as manobras iniciadas para inviabilizar o governo, sempre manifestando-se pelo afastamento e a punição dos seus autores, logo após as eleições.
A Igreja, apesar de alguns pregadores vermelhos isolados e intervenções pontuais inexplicáveis do Papa, é enfática ao condenar as doutrinas que a esquerda massificou, especialmente na educação infantil e nos eventos culturais, contra os preceitos familiares e religiosos.
A imprensa tradicional sucumbiu – salvo raros sites e blogs independentes que ouvem os dois lados -, por sua total dependência da teta estatal, restando apenas um par de redes de televisão que, condenadas à míngua, sobrevivem da energia restante do leite mamado, demitindo o melhor dos seus quadros para manter-se no ar.
Enquanto isso, o moderno, democrático e verdadeiro meio de comunicação de massa, as redes sociais, são editadas, operadas e assistidas pelas multidões, independentemente da classe social, bastando para isso um celular fornecido gratuitamente pelo operador.
Sua atuação demonstra, sem contestação, a repugnância pela volta ao passado, com uma monumental diferença estatística, constatada num simples parâmetro de aferição muito mais fiel do que as “encomendadas” pesquisas dos desmoralizados institutos aparelhados: o “like” e o “dislike” voluntário daqueles que acessam a informação.
Os empresários que dependem apenas de sua capacidade de gestão e da qualidade do seu produto, e não das falcatruas desvendadas pela operação lava jato, demonstram cotidianamente o anseio pelas reformas programadas pelo governo para obter resultados semelhantes ao do agronegócio, sem ter que dividir seus lucros com os sanguessugas oficiais.
A classe política, a mais contaminada, apesar da renovação a cada eleição, vê essa esperança esvair-se em pequenos movimentos pré e pós- eleições, como o ridículo “muda senado”, que é rapidamente engolido pela “lei do Gerson” (perdão canhotinha de ouro”).
Restam as forças militares. A atual situação é excepcionalmente grave e perigosa, quando parlamentares e magistrados da mais baixa compostura ética e moral tentam denegrir as Forças Armadas, acusando levianamente seu Comandante Supremo e oficiais-generais do governo, da ativa e da reserva, ou quando um grande contingente de Instituições e autoridades corrompidas, conspiram diuturnamente contra a democracia conquistada nas urnas.
Como cidadão, não abdico do direto de me indignar e expressar publicamente essa indignação e a preocupação de ver o caos se aproximando sob as vistas lenientes ou cúmplices de agentes públicos e representantes do povo, subjugados por uma ditadura do mal.
Na verdade, estamos vivendo uma guerra sem armas, onde o inimigo traiçoeiro e torpe joga todas as suas cartas para um desfecho rápido da batalha, sem enfrentar uma reação à altura.
No episódio envolvendo o general Pazzuelo, entendo que o Comandante da Força Terrestre tem a prerrogativa e a autoridade absoluta para decidir sobre uma punição que, caso venha a ocorrer, longe der ser uma desonra para o oficial será, antes, um registro de sua altivez e fidelidade à causa que defendemos.
No entanto, extremamente mais grave e digna de uma reação institucional imediata é a declaração do presidente da CPI, sobre o próximo depoimento do general Pazzuelo: “se mentir, sairá algemado de lá!”. Torna-se ainda mais grave, quando essa declaração parte de um senador acusado de roubar recursos da saúde, quando governador do seu estado.
Há meses o inimigo vem testando a elasticidade da nossa capacidade de absorver golpes em nome da estabilidade política e da harmonia entre os poderes, mas nada se aproximou da gravidade da ameaça de algemar e prender um general da ativa.
Se o Poder Militar não tomar uma atitude definitiva sobre um fato dessa natureza, que é na verdade a continuação de vários outros atos já praticados por esse grupo de parlamentares criminosos, entrincheirados e blindados pela excrescência do foro privilegiado, como acreditar que reagiremos a uma intervenção internacional na Amazônia ou, até mesmo a uma agressão de vizinhos menos qualificados como a Venezuela?
Com a experiência de quem desempenhou as funções de Chefe do Departamento de Assuntos Internacionais do Ministério da Defesa e Vice-chefe do Estado-maior da Aeronáutica, tenho convicção de que os órgãos de inteligência estão permanentemente debruçados sobre esses fatores que ora provocam o acelerado agravamento da degradação política do País.
Também como militar, sei que um dos mais importantes e decisivos princípios de guerra e maior responsável pelas vitórias históricas é o da surpresa.
Entretanto, em razão deste fato totalmente inaceitável, ele deve ser sobrepujado pelo princípio da ofensiva para obter resultados decisivos e impor a vontade ao inimigo.
Espero sinceramente que esta seja a estratégia empregada, para que uma possível derrota da democracia não venha a manchar a gloriosa imagem das Forças Armadas junto à sociedade, na certeza de que, se isso ocorrer, seremos todos responsáveis perante a história, independentemente da posição que ocupávamos nesse momento ou se estaremos na ativa ou na reserva.