Bartô Granja
A 5ª Delegacia de Polícia de Brasília, responsável pelo registro de flagrantes, está sob intervenção do Ministério Público. Saiu o delegado Marco Antônio de Almeida e entrou seu colega Henrique Rezende de Oliveira. Mas quem manda mesmo é uma promotora do Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial.
A decisão pegou a categoria de surpresa – embora tenha sido levada ao conhecimento do diretor-geral da Polícia Civil Eric Seba horas antes de ser consumada -, e foi motivada pelo corpo mole do delegado afastado e da maioria da sua equipe. A 5ª DP é uma das mais importantes da capital da República, e a mais próxima, geograficamente, da Praça dos Três Poderes.
– O cara (delegado Marco Antônio) não queria nada com a dureza. Não só deixava de cumprir com suas obrigações, como não exigia rendimento dos agentes, com medo, sabe-se lá porque, de entrar em rota de colisão com os subordinados, revelou a Notibras um influente promotor que esteve à frente da decisão.
A intervenção está a cargo de uma promotora, que passa a acompanhar os procedimentos de investigação daquela unidade policial. A quase totalidade dos inquéritos dos últimos dois anos não foi apurada. Os processos eram despachados para o Ministério Público, que devolvia à origem exigindo diligências que nunca eram realizadas. “Criaram o jogo do empurra, até que resolvemos dar um basta”, enfatizou esse promotor.
Inconformada com a situação, a promotora-interventora, conhecida em Brasília por sua linha dura, avalia a possibilidade de abrir ação por improbidade administrativa contra o delegado afastado “por desidia na execução das atribuições de ofício com graves prejuízos ao interesse público”, pontuou o informante de Notibras.