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Ministério Público ouve pacientes que ficaram cegos após cirurgia de catarata

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Bruno Bocchini 

O Ministério Público de São Paulo já ouviu todos os pacientes do mutirão de cirurgias de catarata que causou infecção ocular em 22 dos 27 operados e levou parte deles a ter que retirar o globo ocular. O mutirão ocorreu no final de janeiro, em São Bernardo do Campo (SP).

A prefeitura apresentou um laudo pericial, apontando que a equipe do Instituto de Oftalmologia da Baixada Santista, empresa contratada pelo município em 2014 para o mutirão, não esterilizou os instrumentos antes de iniciar as cirurgias.

Segundo o laudo, a equipe não esterilizou os instrumentos entre um paciente e outro, o que disseminou a bactéria. Também foram desrespeitadas práticas de higiene como lavagem das mãos, troca de avental cirúrgico e esterilização de materiais. A equipe ainda compartilhou o material perfurocortante entre os pacientes, de acordo com o relatório.

De acordo com o Ministério Público, o laudo da prefeitura será juntado ao inquérito civil que apura o caso, aberto em fevereiro. O MP requisitou à prefeitura cópias das fiscalizações da Vigilância Sanitária no Hospital das Clínicas de São Bernardo do Campo, onde foram feitas as cirurgias.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do estado, as vítimas já fizeram exames de corpo de delito e a equipe médica que realizou as cirurgias já foi ouvida. A investigação é coordenada pelo Gilberto Peranovich, titular da Delegacia do Idoso de São Bernardo do Campo.

O Instituto de Oftalmologia da Baixada Santista informou que na sexta-feira (1º), o médico responsável pela entidade, Elcio Kleinpaul, dará esclarecimentos à imprensa sobre o laudo pericial divulgado pela prefeitura de São Bernardo do Campo.

Agência Brasil

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