O ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, ressaltou que o governo está dando apoio para que a Operação Lava Jato continue plenamente os seus trabalhos de investigação e de combate à corrupção no País. “O que eu posso garantir é que todos os esforços são redobrados para que a Operação Lava Jato chegue ao seu melhor resultado e para que possa ir a fundo em tudo”, disse.
A edição desta segunda-feira (13) do jornal “O Estado de S. Paulo” trouxe entrevista com o procurador da República e coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, que manifestou ser “possível e até provável” que as investigações da Operação acabem. Segundo ele, quem está fazendo conspiração contra as investigações “são pessoas que estão dentre as mais poderosas e influentes da República.” O ministro da Justiça, contudo, ressaltou que o governo continuará dando todo o apoio necessário à plena continuidade da Lava Jato.
“Posso garantir a ele, como a todos os procuradores, bem como a todos os delegados federais que atuam nesse caso e a todos aqueles que no Brasil confiam nessa atuação, que não haverá nenhuma interferência na Operação Lava Jato. Todo apoio à operação tem sido dado”, comentou. “Na semana passada, houve reunião o com diretor-geral da Polícia Federal (PF), Leandro Daiello, e estive renovando os prazos daqueles que estão atuando na Lava Jato, perguntado se há mais necessidade de efetivo, de mais recursos”, completou.
Perguntado pelo Broadcast sobre qual orientação específica passou ao diretor-geral da PF sobre a atuação na Lava Jato, o ministro comentou: “Não passei nenhuma orientação em relação à atuação, pois ela vem sendo feita há dois anos de uma forma brilhante.” “É a maior operação de combate à corrupção que se fez no Brasil, de maneira inteligente e estratégica, com etapas para que um fato desencadeasse outros fatos, que não perdesse o fio da meada, e chegasse eventualmente à cúpula criminosa. Eu, desde o início, garanto e continuo garantindo total apoio do Ministério para continuar essa belíssima operação”, ressaltou.
Sobre as informações relativas de que a Procuradoria-Geral da República (PGR) teria pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão dos senadores Renan Calheiros e Romero Jucá, do ex-presidente da República José Sarney e do deputado federal Eduardo Cunha, o ministro apontou que não poderia se manifestar.
“Eu não posso comentar, porque não li. Eu não sei quais são as medidas. Eu tenho as informações da imprensa e então não vou comentar por dois motivos: porque não tenho informações integrais e porque ainda está sub judice”, disse.
O ministro afirmou ainda que a visita que fez na semana passada ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi “de cortesia, como é praxe uma autoridade de governo fazer a diversos líderes e instituições, inclusive do Congresso”. Ele citou que nenhum assunto foi tratado na ocasião.
Moraes fez as declarações a jornalistas após de participar de reunião em São Paulo com o procurador-geral de Justiça Gianpaolo Poggio Smanio e o secretário da Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho, sobre medidas relativas ao combate ostensivo do governo e dos Estados contra a violência à mulher. “Nosso foco é tolerância zero à violência doméstica e à mulher”, comentou o ministro.