O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, negou nesta quarta-feira a existência de qualquer investigação contra a médica Ramona Matos Rodriguez, que abandonou o local onde trabalhava pelo programa Mais Médicos e foi pedir ajuda a deputados do Democratas (DEM). Descontente com a política salarial do programa, a profissional deixou a cidade de Pacajá (PA) e afirma ter obtido informações de que foi procurada pela PF na residência onde morava.
“Ela não está sendo procurada pela PF, não está sendo investigada e não há nenhuma medida em curso por esse caso”, explicou o ministro, que ainda não foi comunicado sobre qualquer descredenciamento de estrangeiro do Mais Médicos. “Não há nenhuma razão para que essa pessoa tenha de se refugiar. Ela está como uma estrangeira regular. Considerando a situação do programa, um médico que deixa o programa ele perde o visto de permanência”, disse o ministro
Cardozo falou após receber o vice-líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), e o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), em uma audiência sobre a médica cubana. Ela passou a noite na liderança do DEM e teme ser deportada para Cuba. O ministro garantiu aos parlamentares que o telefone da estrangeira não foi grampeado, o que ela acredita que ocorreu. “Não existe interceptação de telefone. Se algum policial fez isso, o fez sob total ilegalidade”, disse o ministro.
Cardozo também recomendou aos oposicionistas que o pedido em favor da cubana que deverá ser encaminhado ao Conselho Nacional dos Refugiados (Conare) deve ser o de refúgio, e não de asilo, como os deputados haviam inicialmente anunciado. No caso do refúgio, a cubana pode ficar no Brasil até que seu pedido seja analisado pelo Conare. Ainda há possibilidade de recorrer ao ministro, caso seja negado. No asilo, geralmente o estrangeiro está ilegal e as garantias são dadas após a concessão.
Segundo o Conare, há 71 refugiados cubanos residindo no Brasil. Atualmente, o órgão avalia cinco pedidos de pessoas de Cuba que desejam permanecer no Brasil.